Em conversa sobre a sucessão estadual de 2018, o senador Tasso Jereissati (PSDB) afirmou, ontem, que não será candidato ao Governo do Estado. O nome dele vinha sendo apontado como esperança pelo bloco de oposição para fazer frente à candidatura do governador Camilo Santana (PT).
“Não existe essa possibilidade. Evidentemente que nós estamos discutindo. O que está acontecendo hoje (referindo-se às chacinas nas Cajazeiras e na Cadeia Pública de Itapajé, nos últimos dias 27 e 29, respectivamente) mostra que mais do que nunca é preciso que tenhamos uma forte e unida candidatura de oposição e eu tô ajudando nesse trabalho”, afirmou Tasso.
As declarações do tucano foram dadas durante assinatura de pacto para formação de Distrito de Inovação em Saúde, em Porangabussu, na manhã de ontem. A resposta do senador veio após o deputado estadual Capitão Wagner (ainda no PR, mas de mudança para o Pros) anunciar que disputará vaga na Câmara Federal.
Wagner havia sido indicado pelo próprio Tasso para encabeçar a chapa na disputa majoritária. Contudo, o deputado declinou da candidatura diante do veto do senador à presença do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) no palanque da oposição.
O deputado cearense disse que a base de sua militância é formada por apoiadores de Bolsonaro. Desde então, Wagner tem afirmado que deve se manter próximo do militar na disputa presidencial.
O veto de Tasso a Bolsonaro é o principal ponto de divergência entre as duas maiores lideranças da oposição no Ceará. “Não, o Bolsonaro eu não acho bom para o Brasil. Não acho que tenha uma proposta que seja saudável para o País nem no nível de ideias políticas, nem no nível de ideias de comportamento e nem ideias sobre a economia brasileira”, enfatizou o senador.
Descartadas as possibilidades de candidatura ao governo de Tasso e de Wagner, a indefinição na escolha de um nome da oposição que deve disputar o Palácio permanece.
Contudo, de acordo com Tasso, o grupo chegará a um candidato forte para as eleições de 2018. “Estamos discutindo as ideias e vamos chegar aos nomes”, garantiu.
No último encontro do bloco de oposição no Ceará, realizado na sexta-feira, dia 26, as lideranças afirmaram que planejam encontro regional em Barbalha, a se realizar no início do mês de março. A intenção é anunciar uma chapa competitiva para o pleito estadual deste ano.
O grupo não descarta que o candidato seja um nome de fora do meio político. O empresário Geraldo Luciano é um das possibilidades cogitadas desde o ano passado.
OPOSIÇÃO
SUCESSÃO ESTADUAL
INDEFINIÇÃO DA OPOSIÇÃO
No último encontro dos partidos de oposição, ocorrido em 26 de janeiro, nome do candidato do bloco para o Governo do Estado se manteve indefinido.
DEFINIÇÃO ATÉ FEVEREIRO
Previsão é que escolha seja concluída até o fim de fevereiro. Lideranças do bloco ouvidas pelo O POVO, na ocasião, ainda apontavam Tasso Jereissati como esperança, mas admitiam que o próprio se mantinha reticente sobre o assunto.
SEM MDB NO BLOCO DE OPOSIÇÃO
Como O POVO divulgou no último dia 16 de janeiro, a cúpula do MDB não admite ainda integrar base do governo Camilo Santana (PT), mas fala claramente que os parlamentares não trabalham mais na oposição, como era em 2015. O MDB também não participa mais das reuniões da oposição no Ceará.
APROXIMAÇÃO DE EUNÍCIO E CAMILO
Tendência é que aproximação entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), e Camilo Santana resulte em apoio político nas eleições de outubro.