EM REUNIÃO na sede da CUT, em São Paulo, PT oficializou a pré-candidatura de Lula NELSON ALMEIDA/ AFP
EM REUNIÃO na sede da CUT, em São Paulo, PT oficializou a pré-candidatura de Lula NELSON ALMEIDA/ AFP

Numa tentativa de formar “ampla e sólida aliança” da esquerda em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula nacional do PT anunciou que buscará diálogo com lideranças de outras siglas. Entre elas, o ex-ministro cearense Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT e nome que tem apresentado melhor despenho em pesquisas de intenção de voto depois do Lula, no bloco de esquerda.

O vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, disse que vai buscar nomes que se aproximaram em virtude do julgamento de Lula. “Lideranças como Roberto Requião (MDB), Ciro Gomes (PDT), várias lideranças se posicionaram nesse período. Vamos conversar com todas essas, discutindo plano regional, plano de governo”, afirmou Padilha, quando questionado se buscaria o cearense para formar chapa com Lula.

A declaração foi dada durante o lançamento da pré-candidatura de Lula ontem, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, um dia após a condenação do ex-presidente em segunda instância. Na semana passada, Padilha já havia dito que a chapa petista deverá contar com outro partido para o vice.

Com a condenação em segunda instância, Lula se torna inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. No entanto, o partido já reafirmou que irá registrar a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a data limite de 15 de agosto. Cabem recursos que podem garantir a participação do petista no pleito. Mas as implicações legais do registro tornam a candidatura incerta. Os líderes petistas têm evitado falar em plano B. No entanto, um vice poderia herdar a cabeça de chapa numa eventual prisão ou impugnação do registro de Lula. Entre os petistas, os mais cotados para substituir o ex-presidentes são Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e coordenador do programa de governo do PT para 2018, e Jaques Wagner, duas vezes governador da Bahia. O governador Camilo Santana esteve na reunião da CUT em São Paulo para o lançamento da pré-candidatura de Lula. Em entrevista ao O POVO, há pouco menos de um ano, o governador disse que defenderia uma chapa Ciro/Haddad. A relação entre Ciro e o PT tem sido dúbia, com críticas e elogios por parte do pedetista, ex-ministro de Lula.

Logo que o PDT apresentou Ciro como pré-candidato, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, descartou uma aliança em que Ciro fosse vice de um petista. “Nós apoiamos o PT, esperamos esse apoio de volta. Ciro vai ser o cabeça de chapa. Disso, não abrimos mão”, disse à época.

A assessoria de Ciro Gomes informou que ele passou por cirurgia de correção de septo nasal na manhã de ontem e, por esse motivo, não comentaria o assunto por enquanto. ISABEL FILGUEIRAS CORRESPONDENTE DO O POVO EM SÃO PAULO [email protected]

ISABEL FILGUEIRAS/O POVO

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