Conforme a PRF, a Operação Rodovida – iniciada no dia 22 deste mês e estendida até o dia 18 de fevereiro, pós-carnaval – deverá reforçar ações de forma específica, de acordo com as causas e perfis dos acidentes registrados em cada ponto. Segundo o inspetor da PRF Carlos Nunes, as principais infrações – e, consequentemente, causas de ocorrências – são relacionadas a tráfego em excesso de velocidade e ultrapassagens proibidas.
“O trânsito é uma questão comportamental, um espaço de convivência, uma amostragem do que temos na sociedade. É triste, mas a prática nos mostra que o usuário não se preocupa com o risco à própria vida ou à do outro, mas com o impacto no bolso. Tem motorista que, quando vê o radar, logo diminui a velocidade”, avalia Nunes, ressaltando que a ultrapassagem proibida está entre as três maiores causas de acidentes graves. “Um item que agrava qualquer outra infração é o não uso do cinto de segurança e do capacete. A gente tem fiscalizado muito a utilização correta dos dois”.
Mortes
Outro número ainda mais sensível chama a atenção: segundo aponta Nunes, quase 50 mil pessoas morrem a cada ano, no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito. Para reduzir as estatísticas em Fortaleza e em todo o território cearense, a PRF, integrada aos demais órgãos de segurança viária locais, deve intensificar ações educativas com os condutores, além de fortalecer a fiscalização de excessos de velocidade, ultrapassagens proibidas, não uso de cinto de segurança e direção após ingestão de bebidas alcoólicas, alvo da Lei Seca.
Para isso, o órgão contará com sete radares móveis, que complementam a cobertura dos fotossensores fixos, cuja operação concerne ao DNIT, para controle de velocidade nas vias. Somente em 2017, o Ceará registrou 1.921 acidentes de trânsito em rodovias federais, dos quais 342 ocorreram na Capital. Dos quatro pontos mais críticos em quantidade e gravidade de acidentes no Estado, como elenca a PRF, três estão na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
O trecho líder fica entre os Km 0 e 14 da BR-116, da Avenida Aguanambi, no bairro de Fátima, ao bairro Messejana. Conforme explica o inspetor do órgão, “são pontos críticos devido ao grande fluxo de veículos”.
No Anel Viário, que corta seis municípios da RMF e conta com 32km de extensão, é o segmento entre os Km 410 e 420 da BR-020 que responde pela maior parte das ocorrências. “Devido às obras para o trecho duplicado, há muito congestionamento. A questão da infraestrutura soma-se à falta de atenção do condutor e gera esse cenário”, analisa o agente, que ressalta ainda a BR-222, na extensão do Km 0 ao 20, ligação entre Fortaleza e Caucaia, como terceiro ponto crítico de acidentes na Capital.
Serra
Já no Interior do Estado, a Serra de Tianguá, distante cerca de 310km de Fortaleza, também se destaca como região de risco na BR-222, por volta do Km 300. Conforme o inspetor Nunes, a baixa visibilidade e a ausência de acostamento contribuem para ampliar o número de acidentes na área. “É uma pista simples, sem obstáculo sólido separando as faixas. O maior problema é de colisões frontais por ultrapassagens indevidas. Na quadra chuvosa, a situação piora. No feridão de Natal, registramos um grave acidente causado pelo uso de pneus em mau estado”.
Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste/Theyse Viana