O Parlamento argentino aprovou nesta terça-feira a reforma da Previdência apoiada pelo governo do presidente Mauricio Macri e que provocou violentos protestos, que deixaram dezenas de feridos e detidos, paralelamente aos debates que duraram mais de 17 horas. A reforma foi aprovada por 128 votos contra 116, além de duas abstenções.

Graves confrontos entre a polícia e manifestantes atingiram Buenos Aires na segunda-feira (18), afetada por uma greve geral contra a polêmica reforma.

A confusão durou mais de duas horas. Ativistas lançavam pedras, garrafas e rojões. Os batalhões policiais fizeram eles retrocederam com gás lacrimogêneo e balas de borracha, deixando vários feridos.

O governo assinou um pacto fiscal com 23 das 24 províncias, em sua maioria governadas por opositores peronistas, em troca de uma promessa de dividir entre elas o dinheiro economizado pela reforma.

O chefe de gabinete, Marcos Peña, afirmou que a reforma “é uma boa lei”. O governo afirma que os aposentados não vão perder poder aquisitivo, mas a oposição e sindicatos temem que as aposentadorias sejam impactadas pela inflação – superior a 20% ao ano na Argentina há uma década.

O país acompanha a volta das cenas de repressão nas ruas que não eram vistas desde a revolta que derrubou o governo do conservador Fernando de la Rúa em 2001.

A reforma impacta a receita de cerca de 17 milhões de aposentados, pobres e deficientes, entre outros, em uma população de 42 milhões.

Quase 50% dos aposentados na Argentina recebem o benefício mínimo, cerca de 400 dólares ao mês. Os demais recebem entre 50% e 60% do que ganhavam quando eram ativos.

Nordeste Notícia
Fonte: AFP

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