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Diariamente, a Santa Casa realiza cerca de 350 atendimentos ambulatoriais, 170 emergenciais e 40 cirurgias, número que poderia ser maior ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )

A Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza completou, em 2017, 156 anos de história. Hoje, contudo, a Instituição enfrenta uma de suas mais graves crises, atuando com metade da capacidade de atendimento devido à defasagem na tabela de repasse do Sistema Único de Saúde (SUS), que não recebe reajustes desde 2012. Segundo o provedor do hospital, Luiz Marques, a unidade hospitalar chega a parar a realização de cirurgias entre os dias 15 e 20 de cada mês para não ficar no vermelho.

Diariamente, a Santa Casa realiza cerca de 350 atendimentos ambulatoriais, 170 emergenciais e 40 cirurgias – número que poderia ser maior, já que, segundo Marques, o moderno centro cirúrgico composto por nove salas pode realizar até 60 procedimentos diários. “Não fazemos porque o teto acaba. Para não deixá-lo ocioso fizemos um convênio para cirurgias do Estado, que está definido até dezembro”. Hoje, 1.800 pessoas estão na fila de cirurgia.

Já o convênio celebrado com a Prefeitura de Fortaleza há cinco anos estipula que a Santa Casa realize procedimentos de média complexidade, como cirurgias de apendicite e cálculo renal. Práticas mal remuneradas pelo SUS, segundo Marques, ainda que altamente demandadas pela população. “O contrato se baseou numa tabela não reajustada há mais de dez anos. Tudo isso foi agravado porque a tabela nunca teve reajuste e, se você considerar que a inflação foi de 35% nesse período, deixamos de receber um valor substancial”.

Outro problema nas finanças da Santa Casa é a redução nas doações espontâneas. Se antes chegavam a R$500 mil por mês, em outubro caíram para R$380 mil. Elas custeiam parte das despesas, mas não são suficientes para quitar o déficit, que chega a R$1 milhão por mês. Ainda assim, o provedor conta que o atendimento não será prejudicado nesse momento.

Ajuda

“As doações são indispensáveis. Fazemos um apelo aos empresários do comércio e da indústria para que destinem parte do seu imposto de renda para a Santa Casa. Essa seria uma solução para o problema, independente da compreensão dos governantes”, explica Luiz Marques. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas foi orientada a procurar o Ministério da Saúde. Até o fechamento desta edição, a Pasta não se pronunciou sobre o assunto.

Para o professor Cícero Pinto, que já foi doador da Instituição por meio da conta de energia, a Santa Casa atende bem dentro das possibilidades. “Ela necessita de uma melhora e isso só pode vir de pessoas que possam ajudar”, opina. Outra atendida na Instituição é a agricultora Maria José da Silva, 68, que se deslocou de Canindé para a Capital para o retorno da cirurgia de câncer de mama, realizada há 20 dias. Ela faz parte da estatística de 28% de pacientes do Interior atendidos na unidade. “Aqui, fui muito bem recebida. A Santa Casa não pode ir abaixo”, diz.

Para ajudar, há dois tipos de doações: uma taxa adicional pode ser solicitada à Enel Distribuição pelo telefone (85) 3392-0301. A outra pode ser procurada direto na Santa Casa através do número (85) 3455-9112. O Shopping Aldeota está com uma campanha de Natal para ajudar a Santa Casa e a Associação Peter Pan. Cada R$ 100 em compras no shopping dão ao cliente o direito de concorrer ao um vale-compras de R$10 mil.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste/Nicolas Paulino

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