Os dois complexos que vão abrigar a refinaria e o polo petroquímico na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), no município de São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), devem gerar na fase inicial de construção cerca de 2,7 mil empregos diretos.
A previsão é do secretário de Assuntos Internacionais do Estado, Antônio Balhmann. “A empresa chinesa Qingdao Xinyutian Chemical quer construir os complexos em apenas 17 meses e bater o próprio recorde que é de 19 meses. Acredito que a gente possa estar com a refinaria pronta em até dois anos a começarem as obras já no próximo ano”, afirmou Balhmann.
De acordo com ele, o lançamento do projeto dos dois complexos pela chinesa está previsto para agosto de 2018. “A empresa já está elaborando um projeto técnico da refinaria para julgamento do China Development Bank (CDB)”, disse.
Assinatura
O secretário Balhmann informou ainda que essa apresentação vai ocorrer após a assinatura do Memorando de Entendimento (MOU) para o financiamento do empreendimento no Ceará. A data para assinatura do memorando está marcada para o dia 6 de dezembro, na sede do CDB, em São Paulo, com a presença de representantes do grupo chinês e do governo do Estado. “Vão estar nesta assinatura o governador Camilo Santana e o vice-presidente da Xinyutian que vem diretamente de Pequim”, disse o secretário.
Fases
Com a assinatura, segundo Balhmann, o Estado se coloca como parceiro do projeto da refinaria. “O governo estadual entra com 10% do valor relativos ao terreno. Essa participação societária o Estado pode vender no futuro. Essa fase é um acerto do banco chinês com o governo. Isso significa dizer o fim do circuito institucional e empresarial em torno do projeto”, acrescentou o titular da Secretária de Assuntos Internacionais do Estado.
O próximo passo, como adiantou o secretário, é exatamente por o projeto em julgamento pelo banco em que a instituição avalia o financiamento para então tomar a decisão.
“A partir deste ponto, com o interesse do CDB, que eles já demonstraram, o projeto da refinaria poderá ser lançado, data que estamos trabalhando como agosto do próximo ano”, observou.
Com a conclusão da etapa do financiamento, faltarão ainda a finalização do projeto e os estudo ambientais.
O memorando de entendimento estaria dividido da seguinte forma: US$ 4 bilhões seriam destinados à primeira fase da refinaria cearense; US$ 500 milhões seriam para a construção de um novo terminal petroleiro ou a expansão Terminal de Múltiplas Utilidades (Tmut) do Porto do Pecém; US$ 4 bilhões para a segunda fase da refinaria; e outros US$ 3 bilhões para a construção de uma indústria petroquímica. A refinaria teria capacidade para refinar, em cada uma de suas fases, 150 mil barris de petróleo por dia.
Mais investimentos
Outro investimento que vem sendo articulado pelo governo é o de uma unidade de regaseificação no Cipp S.A.
Durante a missão à Ásia, no último mês de setembro, o Governo do Estado firmou Memorando de Entendimento com a empresa coreana Korea Gas Corporation (Kogas) para a instalação do empreendimento, cujo investimento é de cerca de US$ 400 milhões.
Viabilização
Para este empreendimento, Antônio Balhmann diz que a ideia é que a própria Kogas possa viabilizar a parte financeira e adiantou que já há um banco europeu interessado em fazer o financiamento tanto da unidade de regaseificação como na refinaria. “Um grande banco europeu confirmou para nós que está interessado em fazer uma parceria com o banco chinês ou com Exim Bank coreano”, afirmou o secretário de Assuntos Internacionais do Estado.
Com a assinatura do memorando de entendimento, a Kogas decidiu participar junto com a Cegás e com o Grupo Posco E&C e Daewoo do projeto da unidade de regaseificação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
A previsão é que o empreendimento tenha uma capacidade total de produção de 12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, sendo possivelmente desenvolvida em duas fases de 6 milhões de metros cúbicos cada.
Nordeste Notícia
Fonte: Renan do Nascimento/Diario do Nordeste