Pela primeira vez desde 2010, o número de pessoas nascidas no Brasil caiu. A queda registrada é de 5,1%, segundo estatísticas do Registro Civil divulgadas nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, a quantidade de nascimentos no país estreitou de 2,9 milhões em 2015 para 2,7 milhões em 2016. A queda, segundo o IBGE, pode ser associada à crise econômica. “O atual momento de instabilidade política pode fazer com que as famílias se sintam mais inseguras para ter filhos”, diz Klívia Brayner, gerente da pesquisa no instituto.
O estudo aponta que todas as regiões do Brasil sofreram queda no número de nascidos vivos. Na comparação com 2015, a região com a menor queda foi a Sul (-3,8%), que registrou 389,6 mil nascimentos, e a com maior redução foi a Centro-Oeste (-5,6%), com 232 mil nascimentos.
Considerando os estados brasileiros, Roraima foi a única unidade que apresentou aumento de nascimentos ocorridos e registrados entre 2015 e 2016, com acréscimo de 3,9%.
Por outro lado, Pernambuco teve a maior queda de nascidos vivos no período, com 10%. Segundo a gerente da pesquisa, o vírus da zika pode ter impactado no comportamento reprodutivo das mulheres pernambucanas. Afinal, o estado foi um dos mais afetados pela epidemia do ano passado.
Veja o número de nascimentos registrados nas grandes regiões do Brasil
2016 | 2015 | VARIAÇÃO 2015-2016 | |
---|---|---|---|
Brasil | 2.793.935 | 2.945.344 | -5,10% |
Norte | 283.066 | 295.298 | -4,10% |
Nordeste | 777.092 | 822.070 | -5,50% |
Sudeste | 1.112.101 | 1.177.165 | -5,50% |
Sul | 389.600 | 404.986 | -3,80% |
Centro-Oeste | 232.076 | 245.825 | -5,60% |
Óbitos
O número de óbitos registrados no país nos últimos 10 anos teve um acréscimo de 24,7%, passando de 1.019.393 registros em 2006 para 1.270.898 em 2016.
Segundo o IBGE, esse aumento é resultado da diminuição da mortalidade nas idades iniciais, favorecendo um aumento no número de óbitos entre os grupos mais velhos da sociedade brasileira.
O relatório identificou ainda que, enquanto a proporção de óbitos das crianças menores de 5 anos caiu significavelmente nos últimos 40 anos, os óbitos da população com idades acima de 65 anos cresceu na mesma proporção.
Em 1976, o efetivo de óbitos das pessoas de 65 anos ou mais de idade representava 29,1% do total de mortes no país – em 2016, esse percentual saltou para 58,5%.
Já em relação ao número de óbitos de menores de 5 anos, o declínio foi considerável, passando de 29,1% do total de mortes registrado no Brasil em 1976, para 2,9% em 2016.
“Pessoas que até então não conseguiam alcançar as idades mais avançadas, em função do alto nível de mortalidade, começaram a envelhecer, fazendo com que o número de óbitos acima de 65 anos aumentasse ao longo desse período”, diz o relatório do IBGE.
Proporção de óbitos de menores de 5 anos e de maiores de 65 anos de idade
Nordeste Notícia
Fonte: Exame/Valeria Bretas