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A prática de crimes contra agências bancárias do Estado do Ceará resultou, de janeiro deste ano até a última sexta-feira (17), na captura de 111 acusados. O número foi contabilizado após a prisão de mais três suspeitos de ataques. O trio, que faz parte de uma quadrilha interestadual, seria responsável por outras ações em instituições localizadas em estados do Nordeste.
Ontem, em coletiva de imprensa realizada no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), delegado Raphael Vilarinho, afirmou que Alexandro Wagner Moreira, Jocelito Alves Moreira e Sergino Constante da Silva Junior, foram capturados após tentativa de furto contra a agência bancária do Santander, localizada na Avenida Santos Dumont.
De acordo com Vilarinho, o trio composto por integrantes naturais de Santa Catarina e Paraná, se preparava para atacar, pelo menos, outras cinco agências no Estado. Três dias após a prisão, a Polícia Civil do Ceará constatou que os homens cometeram crimes contra bancos nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba.
Da esquerda para a direita:
Jocelito Alves Moreira é apontado pela como o autor de crimes na Paraíba e no Rio Grande do Norte;
Sergino Constante da Silva Júnior foi um dos presos pelas polícias Civil e Militar na última sexta-feira (17);
Alexandro Wagner Moreira teria auxiliado na invasão à agência do Santander, na Av. Santos Dumont
“Esses indivíduos alugaram um carro em São Paulo, no mês de maio, e vieram subindo o Brasil até chegar ao Ceará. Já foram presos pela Polícia Federal e têm antecedentes criminais em outros estados pelo crime de tráfico de drogas. Vamos investigar se participaram de outras ações aqui. Com a divulgação da prisão, esperamos que apareçam mais agências de outros estados vítimas de ataques”, conta o titular da DRF.
Tentativa
O comandante do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), tenente-coronel Henrique Bezerra, conta que as prisões se deram devida a uma operação deflagrada pela pelo Batalhão com a DRF e Coordenadoria de Inteligência (Coin), na última sexta-feira. As polícias Civil e Militar alcançaram os suspeitos após tomarem conhecimento que dois dias antes eles haviam estado na agência bancária alvo do ataque.
“Eles foram ao banco às 16h na quarta-feira, que foi feriado. Lá, eles agiram para facilitar a entrada deles em outra oportunidade. Viraram as câmeras de segurança para posições estratégicas. Trocaram a fechadura do banco e desligaram os alarmes” disse Henrique Bezerra.
Foi por movimentações suspeitas na Capital que a Polícia localizou o paradeiro dos três homens. As prisões aconteceram nos bairros Passaré e Praia de Iracema, onde os três residiam desde a chegada ao Estado. Nas casas dos suspeitos foram apreendidos materiais que auxiliariam nos futuros ataques.
Segundo o delegado Raphael Vilarinho, com os capturados havia duas máquinas serra-copos, utilizada no arrombamento de caixas eletrônicos. Os equipamentos somam um valor aproximado de R$ 200 mil. Três carros também foram recolhidos. Um quarto integrante que teria auxiliado na entrada ao banco foi identificado pela Polícia e permanece sendo procurado pelas autoridades.
“Tem outros envolvidos. Com eles não havia dinheiro, porque assim que assaltam eles depositam o dinheiro. São especialistas vindos da região Sul. É lá que são fabricados os caixas. Percebemos que 90% das vezes que tem esse tipo de ataque no Ceará é gente de lá. Eles sabem manusear os equipamentos”, acrescentou o titular da DRF.
O trio integrante da quadrilha interestadual foi autuado por tentativa de furto e associação criminosa. Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam.
Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste/Emanoele Campelo de Melo
