Diversos motoristas de Fortaleza e Região Metropolitana têm recebido, nos últimos meses, multas de trânsito genéricas que falam em ‘dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança’. O que tem gerado bastante reclamação é o fato de tais autuações não especificaremexatamente que infrações foram cometidas, nem mesmo no campo ‘observações’, onde geralmente é detalhada a conduta ilegal do motorista.
A multa, que está prevista no art. 169 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é de natureza ‘leve’ e tem o valor de R$ 88,38, além de culminar em 3 pontos na carteira de motorista do infrator. Segundo um leitor do Diário do Nordeste, que enviou uma autuação que recebeu através da ferramenta VC Repórter, o principal problema é não saber qual o critério utilizado pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) na hora de aplicar a multa.
“Já recebi cinco multas com essa mesma infração. Eles não informam nada sobre (a conduta), é tudo muito genérico”, critica o motorista. “Eles não dizem o erro cometido e acho que o campo ‘observação’ é para isso. O mais interessante é que (as multas) são sempre no mesmo cruzamento”, complementa o leitor.
Por ser uma norma muita genérica do CTB, o art. 169 pode ser aplicado nas mais diversas situações de trânsito que não possuem leis próprias. Dirigir falando ao celular, por exemplo, não pode ser enquadrado neste artigo, já que a conduta está prevista no art. 252, VI, do CTB. Assim, autuação pode ser aplicada em casos específicos, como afastar o olhar da via e virar-se para trás, comer, ler, fumar, e se maquiar ao volante, por exemplo.
Condutor pode consultar mais informações, diz AMC
Sem relação com videomonitoramento
Através de sua assessoria de imprensa, a AMC disse também que este tipo de autuação não tem relação com as câmeras de videomonitoramento, tecnologia que passou a ser usada para fiscalização em março deste ano e que já foi alvo até de uma ação por parte do Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE), que pedia o fim das multas. Em junho último, a Justiça decidiu manter o serviço.
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Fonte: O Povo