Brazilian President Michel Temer (C) makes a statement rejecting a bribery charge against him, at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, on June 27, 2017.
Temer defiantly rejected a bribery charge against him as fabricated on Tuesday, saying there is no proof and vowing to fight on. “The charge is a fiction,” Temer said in his first public reaction since the country’s top prosecutor, Rodrigo Janot, filed the corruption charge with the Supreme Court late Monday. / AFP PHOTO / EVARISTO SA47

Em pronunciamento, na tarde de ontem, o peemedebista chamou o documento acusatório de peça de ficção, alegou que a denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal é frágil por não conter provas e acusou, indiretamente, o chefe do Ministério Público Federal de estar ligado a irregularidades.

“Nunca vi o dinheiro e não participei de acertos para cometer ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem”, disse o presidente ao negar o recebimento da propina da JBS que fundamenta a denúncia. Atacando a Procuradoria, Temer citou a figura de Marcelo Miller, ex-procurador da República, como um possível elo para atos irregulares envolvendo Janot.

A artilharia contra a PGR também veio do ministro da saúde, Ricardo Barros, ao alegar que a instituição estaria militando contra as reformas. “Sabemos que o Judiciário é a categoria mais privilegiada de todas as categorias de servidores, evidentemente que não querem a reforma da Previdência e fazem todos os movimentos possíveis para tirar o ambiente de votação da reforma”, disse.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) seguiu a mesma linha e, em entrevista ao O POVO, insinuou que Janot fatiou as denúncias para desgastar a base. “O procurador deveria apresentar provas irrefutáveis para que a denúncia tivesse elementos. O absurdo não é só o prejuízo da base, mas que esse fatiamento tenha esse objetivo”, disse. O deputado acusou diretamente o procurador-geral de fazer política. “O Janot não deveria ser um líder político com estrategias para as que suas posições prosperassem na Casa”.

O cientista político Adriano Gianturco (Ibmec/MG) avalia que o ataque à PGR é “a única estratégia” de Temer tendo em vista que o “mandato está quase no fim”. Segundo o pesquisador, é uma maneira de se “agarrar à poltrona” apoiado por setores da sociedade.

Com aliados do presidente se movimentando na Câmara para tentar votar as denúncias de forma conjunta, o jurista Vladimir Feijó (Ibmec/MG) alerta sobre a possibilidade de manobra para evitar desgaste na base. “O regimento (da Câmara) é complexo e abre bastante poder para o presidente ir por caminhos alternativos”, destaca. Segundo ele, a inexistência de legislação clara acerca do tema deixa “a sociedade insegura” em relação o que pode vir da interpretação de parlamentares. (com agências)

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A PGR respondeu às criticas do presidente Michel Temer por meio de nota. “A denúncia é pública e baseada em fartos elementos de prova, tais como laudos da Polícia Federal, relatórios circunstanciados, registro de voos, contratos, depoimentos, gravações ambientais, imagens, vídeos, certidões, entre outros documentos, que não deixam dúvida quanto à materialidade e a autoria do crime de corrupção passiva”.

A oposição prometeu obstruir todas as votações enquanto Temer for presidente. “Vamos fazer dentro, das limitações, obstrução. Não votaremos nenhuma matéria enquanto Temer não sair”, disse José Guimarães (PT), líder da oposição.

O líder do PT na Câmara, Carlos Zaratinni (SP), cobrou de Temer elementos da acusação de que Marcelo Miller estaria envolvido em irregularidades com a JBS.

Nordeste Notícia
Fonte: O Povo/WAGNER MENDES

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