Filho de Francisco Antônio Damasceno e Dona Maria dos Reis do Nascimento, José Francisco do Nascimento, conhecido popularmente por “Zé Camocim”, começou a trabalhar ainda muito cedo. Nasceu em 1 de outubro de 1935, as 3 da matina, “veio ao mundo na hora do galo cantar”. Realizou diversos serviços nas residências das famílias tradicionais de Ipueiras. O seu sonho era um dia ter o seu próprio negócio, e o empreendimento que ele tanto almejava era ter uma “padaria”.
Em 1950, o franzino e entusiasta Zé Camocim deu os primeiros passos aprendendo aquele que seria o seu ofício. Ser padeiro. Só em 7 de junho de 1955, conquistou com muito esforço e abriu o seu estabelecimento comercial. Desde então, notabilizou-se e ganhou mercado vendendo o mais saboroso pão de Ipueiras. Com o passar dos anos, novos concorrentes surgiram, tecnologias foram implementadas, mas o pão produzido manualmente por ele até hoje tem um sabor inconfundível.
Zé Camocim chega pra trabalhar em sua padaria as 23h30min todos os dias varando a noite com os seus auxiliares para produzir um pão de qualidade e saboroso para o consumo das famílias ipueirenses. Quem não acorda cedinho pra saborear ainda fumegante os pães produzidos por ele? Muitos anos se passaram e a receita continua dando certo.
O sobrenome “Camocim” lhe foi outorgado pelos amigos e simpatizantes após o retorno do patriarca da família ao seu torrão. Em 1915 seu pai se viu obrigado a deixar a terrinha para tentar a vida lá fora. Alguns dos seus familiares fizeram morada no município de Camocim, muitos anos depois retornaram pra Ipueiras e os mesmos eram chamados pelo sobrenome da cidade que os acolheu.
Padeiro Zé Camocim
Camocim foi casado com Maria Pereira do Nascimento. O padeiro ficou viúvo há alguns anos. A família sempre foi sua base. Pai de 9 filhos, os criou com muito esmero, ensinando-os o caminho do bem. Regino, Antonio, Tadeu (in memória), José Nilton, Vanusa, Nésia, Maria de Fátima, Zezinho e Neli, todos tem orgulho deste homem de estatura mediana com força de Hércules.
Seu Zé Camocim não pensa em parar tão cedo de trabalhar. Aos 81 de vida é pura energia e vigor. Como ele mesmo gosta de falar, “todos os dias está pronto pra pegar no batente”. Sua padaria vende cerca de 3 mil pães por dia.
Nordeste Notícia matéria do Radialista Carlos Moreira