Washington. A Câmara de Representantes do Congresso dos Estados Unidos aprovou, ontem,uma lei que elimina e substitui o sistema de saúde privado em vigor desde 2010 e conhecido como Obamacare, em uma vitória parcial para Donald Trump.
Os legisladores republicanos conseguiram 217 votos para aprovar o projeto de lei, só um voto a mais do que o necessário.
A iniciativa vai agora para o Senado, onde deverá sofrer mudanças antes de ser submetida ao voto na próxima semana.
A eliminação e substituição do Obamacare foi uma das mais controversas promessas de campanha eleitoral de Trump: repetida insistentemente, mas sem nunca apresentar uma alternativa concreta ao sistema.
“Esta lei é a concretização de uma promessa que temos feito a todos os americanos”, disse o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan.
“Esperamos este dia durante sete anos”, acrescentou, em alusão ao Obamacare.
“Dia triste”
Enquanto isso, a líder do bloco democrata, Nancy Pelosi, disse que o projeto de lei “é um corte dos impostos sobre os mais ricos, em detrimento dos mais pobres. É um dia triste”.
O legislador democrata John Conyers foi ainda mais enfático: “Se adotarmos esta lei, tem gente que vai morrer”.
Já o presidente americano prometeu, ontem, acabar com a “catástrofe” do sistema Obamacare. O sistema Obamacare “está morto”, disse Trump.
“Vamos terminá-lo e seguir fazendo muitas outras coisas”, acrescentou o presidente, que disse sentir “muita confiança” de que o projeto será rapidamente aprovado no Senado.
Orçamento
O Congresso dos Estados Unidos adotou, ontem, com relativo consenso, uma lei orçamentária para financiar o Estado federal até o próximo dia 30 de setembro, descartando definitivamente uma paralisia do governo Trump a partir de hoje.
O Senado aprovou a lei com 79 votos contra 18, um dia antes do vencimento do prazo (a noite desta sexta-feira) para aprovar o financiamento.
Gasto militar
A Casa Branca ressaltou que o gasto militar aumentará consideravelmente graças a essa lei e que serão desbloqueados novos créditos para reforçar e renovar a infraestrutura nas fronteiras.
Os gastos federais autorizados por esta lei ultrapassam US$ 1,163 trilhão para todo o ano orçamentário de 2017, que acaba em 30 de setembro.
Essa cifra representa pouco menos de um terço de todo o orçamento federal.
Os outros dois terços, que incluem gastos sociais, o serviço de saúde pública para idosos e pobres, entre outros, são aprovados automaticamente, sem que o Congresso dos EUA tenha que dar seu aval.
Esses dois terços representam mais de US$ 1 trilhão, dos quais o setor da Defesa recebe o valor de US$ 600 bilhões.
Trump anunciou, na última segunda-feira, que a batalha pelo orçamento será mais dura para o orçamento de 2018, que começará no dia 1 de outubro, alegando que estava disposto a deixar que paralisassem seu governo a fim de evitar ceder às demandas democratas.
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Fonte: Diário do Nordeste