Os muros da Avenida 23 de Maio foram pichados nesta terça-feira (24) com o nome do prefeito João Doria (PSDB) depois que a Prefeitura cobriu com tinta cinza os grafites que estavam no local. Também foi feita uma pichação contra o presidente Michel Temer.
No final da tarde, funcionários da Prefeitura pintaram novamente o muro, apagando as pichações.
Foi o segundo protesto em forma de pichação no local desde que a Prefeitura cobriu os grafites. Na segunda-feira (23), uma parede que tinha grafites na avenida amanheceu com manchas coloridas.
As marcas feitas em diferentes cores seriam um protesto contra a cruzada que o prefeito João Doria faz contra as pichações e alguns grafites na capital e lembram as manchas que já foram feitas em monumentos como a estátua de Borba Gato e o Monumento às Bandeiras.
As manchas apareceram em uma parede perto do Viaduto Tutoia, na Vila Mariana. Perto dali, foi preservada uma pintura do muralista Eduardo Kobra que faz referência à São Paulo antiga. No total, haviam sido pintados 15 mil metros quadrados de paredes com grafite nos últimos anos na avenida, fazendo da 23 de Maio o maior mural a céu aberto da América Latina.
Segundo a nova administração, os painéis de grafite pintados em 2015 na 23 de Maio e que estavam pichados foram retirados. O prefeito João Doria anunciou que a avenida terá oito espaços para os grafiteiros.
A estratégia causou protestos. Neste domingo (22), cerca de 40 manifestantes fizeram um ato na avenida a favor dos tradicionais grafites. O ato saiu da Praça da Bandeira, no Centro, e ocupou uma das faixas da pista sentido Aeroporto de Congonhas da 23 de Maio. Os manifestantes levavam faixas e filmavam os grafites que sobraram. Policiais militares acompanharam de perto o protesto, que terminou de forma pacífica no Parque do Ibirapuera.
Doria diz que vai chamar grafiteiros
Horas antes, durante agenda pública na Vila Maria, Zona Norte da capital, Doria comentou a polêmica em torno do tema. “Pichação não é grafite nem mural. Mural e grafite são expressões de arte urbana, que nós respeitamos. Pichação, não, nós condenamos”, afirmou.
Segundo Doria, o secretário da Cultura, André Sturm, está “convidando muralistas e grafiteiros para recuperar as cores originais” dos grafites que foram mantidos na 23 de Maio. “As demais áreas não: elas serão limpas porque foram degradadas por pichadores”, disse.
Fonte: G1