Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebretch, afirmou que Romero Jucá, Renan Calheiros e Eunício Oliveira formam uma espécie de “núcleo dominante” no Senado federal, atuando em favor do PMDB na troca de propina por apoio a propostas favoráveis à empreiteira. A informação consta em relato prévio de acordo de delação premiada junto a investigadores da Operação Lava Jato.
De acordo com Melo Filho, o grupo formado pelos três políticos “é bastante coeso com suas atuações e possui enorme poder de influência sobre outros parlamentares”. Os senadores teriam em suas mãos o poder de “ditar os rumos de algumas matérias” dentro da Casa.
Ao detalhar o esquema de propina repassada pela Odebrecht ao PMDB, o ex-executivo afirmou que Romero Jucá era figura central no recebimento dos pagamentos e responsável pela distribuição do montante a Renan Calheiros e Eunício Oliveira. “Os apoios aos pleitos da empresa seriam posteriormente equacionados no valor estabelecido para contribuição a pretexto de campanha eleitoral, fosse ela realizada de forma oficial ou via caixa 2”, disse Melo Filho.
Temer
Segundo Cláudio Melo Filho, o presidente Michel Temer solicitou R$ 10 milhões à Marcelo Odebrecht, em 2014. O valor seria uma promessa do empreiteiro ao PMDB na campanha eleitoral em que Dilma Rousseff se reelegeu ao segundo mandato presidencial.
O valor milionário teria sido entregue em mãos no escritório de advocacia de José Yunes, o assessor de Temer, em São Paulo.
Em nota oficial, o Palácio do Planalto negou as acusações contra Michel Temer e afirmou que as doações feitas pela Odebrecht ao PMDB foram todas feitas por transferência bancária e declaradas ao TSE.
Melo Filho faz parte de um total de 77 executivos da Odebretch que assinou um acordo de delação premiada com o MPF.
Nordeste Notícia
Fonte:Rede TV/Uol