A indústria cearense tem grande potencial para deslanchar com a retomada da economia. Investe em novos parques fabris, tecnologia de ponta, inovação, diferentes processos de produção e logística. Além de modernização das plantas, máquinas de última geração, mão de obra especializada e soluções para a exportação. E é desta forma que consegue minimizar as quedas do quadro de produção e sobreviver ao período, que começa a dar sinais de recuperação e crescimento a partir do próximo ano.
Para compreender este panorama setorial, o Diário do Nordeste traz dados inéditos dos principais setores com números de estabelecimentos, valor e participação na indústria local, postos de trabalho, empregos perdidos e ganhos em 2016, capacidade ociosa, posição no ranking Brasil e informações sobre as exportações nos últimos três anos.
Setores
Entre os setores estão o farmoquímico, eletro metalmecânico, cerâmico, extração de minerais não-metálicos e de fabricação de produtos de minerais não metálicos. E, ainda, confecção, têxtil, calçados e couro, móveis, alimentos, bebidas e embalagens.
A reportagem ouviu representantes dos setores sobre as perspectivas para 2017; os principais desafios de cada segmento, que levantam questões como altas cargas tributárias e informalidade; e como está sendo este ano para os negócios.
E destaca cases de fábricas que aplicaram recursos neste período e já programam novos aportes para os próximos anos com a intenção de uma breve retomada da produção, onde a crise foi mais sentida.
Otimismo e exportações
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, nas pesquisas realizadas com empresários industriais do Estado, observa-se um otimismo em relação à ampliação da demanda e das exportações no próximo semestre.
“As expectativas para o aumento das compras de matéria-prima também estão melhorando. O setor permanece projetando dificuldades para o emprego, mas até mesmo essas perspectivas devem mudar caso a economia brasileira dê sinais mais concretos de uma retomada”, analisa o titular da Fiec.
Para Studart é muito importante que o governo permaneça encaminhando com medidas capazes de conter o crescimento descontrolado dos gastos e da dívida pública.
“A PEC 241, as discussões em torno da reforma da Previdência, os pacotes de concessão e a repatriação de ativos são exemplos do tipo de ajuste que se deseja. Com avanços fiscais, teremos espaço para redução dos juros e consequente ampliação do crédito e dos investimentos”, exemplifica a liderança do setor.
O presidente da Fiec destaca que é importante que tudo isso seja acompanhado de um responsável controle da inflação e sem aumento de carga tributária.