“É justificável que as mulheres recebam 0,2% do dinheiro?”, perguntou Klas Tjebbes, presidente do FC Rosengard, da Suécia, à publicitária Inger Molin durante um almoço em janeiro de 2015. “Não, não é”, foi a resposta de Molin sobre a porcentagem destinada pela Uefa ao futebol feminino do total que é investido na Champions League. Aos homens, a entidade repassa 99,8% do montante.
Nos balanços publicados pela Uefa, o futebol feminino é incluído na seção “Outras competições”, que engloba torneios de futsal e competições de base.
Foi a partir da indagação de Klas Tjebbes que Inger Molin teve a ideia de se debruçar sobre essa história. Dona de uma produtora audiovisual, pediu permissão ao presidente para ter acesso ao dia a dia do Rosengard e documentar a dificuldade do clube de se manter com a falta de apoio da entidade que controla o futebol europeu.
Lançado no ano passado, “Football for Better or for Worse” (Futebol para Melhor ou para Pior) entra em circuito nacional através do festival Cinefoot, que reúne filmes e documentários sobre futebol e terá exibição em São Paulo, no Museu do Futebol, no Pacaembu.
Eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa na última segunda-feira (24), a brasileira Marta jogou no Rosengard de 2014 a 2017 e é uma das personagens centrais do documentário.
“Marta é um ícone, a marca mais forte do futebol feminino e é claro que ela foi um importante ativo para o Rosengard em relação aos patrocínios existentes e ajudando a atrair novos patrocinadores. Mesmo assim, isso não mudou o fato de que o clube tinha uma batalha diária para manter as finanças no lugar”.