É difícil encontrar palavras que representem o que realmente foi a atuação de Tom Brady na conquista de seu quinto anel de campeão, empatando com Charles Haley como os dois jogadores mais vezes campeões do Super Bowl, e também com Bart Starr, cinco vezes campeão da NFL, sendo três delas antes da “era Super Bowl”.

Brady foi eleito o MVP da decisão pela quarta vez com uma atuação de 43 passes completados de impressionantes 62 tentados, dois touchdowns e o recorde de 466 jardas, conduzindo para a vitória um time que perdia por 28 a 3 no terceiro quarto do jogo.

Com os 43 passes conectados, ele bateu o próprio recorde em Super Bowls, que era de 37 no Super Bowl XLIX, na vitória sobre os Seahawks. Ninguém tentou mais passes que Brady na grande decisão, com 309, e ninguém conectou tantos lançamentos para a endzone (15) na sétima decisão que participou, outro recorde.

No draft de 2000, ele foi selecionado apenas na sexta rodada, como número 199, e ninguém jamais poderia imaginar que seu caminho seria este.

Aqueles que questionavam a grandeza de seus números por todos escândalos, como o Spygate, quando os Patriots foram acusados de ter filmado os sinais de chamadas de jogadas dos técnicos adversários, e o mais recente Deflategate, quando a pressão das bolas usadas por Brady na final da AFC em 2014 estava abaixo do permitido pelas regras.

Pelo último caso, Brady travou uma imensa disputa nos tribunais, conseguiu reverter uma punição de quatro jogos determinada por Roger Goodell, até que finalmente resolveu cumprí-la em 2016.

Então, começou sua “Turnê de Revanche”. Na temporada regular, foram 27 passes para touchdown, apenas duas interceptações e apenas uma derrota. Nos playoffs, a coroação com uma noite épica em Houston, no mesmo estádio que havia conquistado seu segundo título.

Brady perseguiu com unhas e dentes a chance de receber de Goodell o troféu Vince Lombardi e o prêmio de MVP, e conseguiu.

Aos 39 anos, teve uma temporada com números melhores do que quando mais jovem, e já se projeta que tenha mais três ou cinco anos na liga.

Obviamente as regras da NFL mudaram muito ao longo do tempo, e o jogo hoje é completamente diferente do que já fora. Para se ter como exemplo, nos anos 70 e 80, um QB que conseguisse 3.000 jardas numa temporada já era tido como detentor de um grande feito. Dan Marino, que teve mais de 5.000 em 1984, então.

Mas desde o começo da última década, já vimos Brady, Peyton Manning, Matt Stafford e Drew Brees – múltiplas vezes – passarem dessa marca.

A comparação com seu rival de geração Peyton Manning já quase não tem mais sustentação. 25-9 em playoffs para um, 14-13 para outro. Cinco títulos (e contando) contra dois – sendo que em ambos Manning foi sustentado pela defesa e passou longe da melhor forma. E fora que Brady doutrinou a defesa dos Seahawks no Super Bowl XLIX um ano depois da mesma ter humilhado o camisa 18 dos Broncos. Claro, o elenco defensivo de Seattle era melhor no ano anterior. Mas mesmo assim…

Joe Montana teve o “The Drive” em um de seus Super Bowl, atuações decisivas, o passe do “The Catch”, mas nunca ninguém fez algo perto do que Brady fez neste domingo, tirando seu time da lama quando o mesmo perdia por 28 a 3 e levando-o até a vitória.

Claro, o texto aqui expressa apenas uma opinião e todas devem ser respeitadas desde que o respeito seja recíproco e tenha embasamento. Mas fica quase impossível não defender Brady como maior de todos os tempos a partir de agora.

E ele sempre contrariou as expectativas, entrou pela porta dos fundos da NFL, não veio badalado como Manning e outros. Formou seu caminho através de muito trabalho, esforço, dedicação e sacrifício. Indo dormir 20h todos os dias para acordar 4h30 para treinar e abdicar até de café para se manter em forma aos quase 40 anos.

Fonte: ESPN.com

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