O jogo é em 2016, mas a cabeça dos colombianos já está na Rússia, em 2018. Com boa campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, o time comandado por José Pekerman ocupa a terceira posição na tabela e tem poucas preocupações pela frente. Mas no meio do caminho tem um Brasil. Com retrospecto pouco otimista frente a seleção brasileira, os colombianos conseguiram apenas três vitórias em 27 confrontos diretos ao longo da história. Os números ficam ainda mais turvos se filtrarmos os resultados em jogos com mando de campo do Brasil. Foram 10 partidas e dez derrotas para Los Tricolores. Estatísticas, estas, completamente descartáveis. No elenco, o lema é traçar novas linhas no roteiro que embala as duas equipes sul-americanas que se enfrentam na noite desta terça-feira, às 21h45, na Arena da Amazônia, em Manaus.
O coro de confiança é puxado logo por Jeison Murillo, zagueiro protagonista no último encontro das seleções principais. Em 2015, pela Copa América, ele e Neymar se envolveram em confusão em campo. O clima hostil entre as duas equipes terminou com a expulsão do atacante do Barcelona e com um Murillo com pompa de herói da nação por ter assinado o único gol da vitória de 1 a 0 da Colômbia. Para o reencontro, apesar de fugir da curva quando questionado sobre a atmosfera que envolve um Brasil x Colômbia, o zagueiro admite sonhar com novo capítulo.
– Não é de hoje que nós conhecemos bem a seleção do Brasil. Não me preocupo com o que esperar deles. Me preocupo muito mais com o nosso trabalho. Tratar de fazer ele da melhor forma. Sabemos que todos os jogos são diferentes. Este será um novo capítulo para nós. Espero que as coisas saiam como planejamos. Conseguiremos isso fazendo as coisas certo, pensando melhor para a nossa equipe, sempre comenta o zagueiro do Inter de Milão.
Sebástian Pérez, volante do Boca Juniors, não estava em campo em 2015. Mas tem histórico bem mais recente frente ao Brasil. Em agosto deste ano enfrentou a seleção olímpica, pela Rio 2016. Ele entrou no segundo tempo, em jogo que levou o Brasil às semis do torneio. Além do encontro, Pérez passou boa parte da preparação para a Olimpíada em Manaus, onde fez dois jogos. Leva vantagem, por exemplo, no “know-how” da Arena da Amazônia. Ao projetar expectativas para o encontro desta terça, Sebastian é cortês. Exalta o status do Brasil no futebol, cita Neymar, Gabriel Jesus e confia na capacidade defensiva colombiana.
– O Brasil sempre significa uma partida muito linda para nós, por tudo que país é e representa no futebol. Pela sua história, pelos seus jogadores. Queremos mudar a história. Podemos, pelo menos, empatar. Acredito que temos que manter essa mentalidade. Não é errado pensar que podemos ganhar pela qualidade dos jogadores que temos. Estamos em terceiro lugar na tabela das Eliminatórias, e esse jogo é muito importante para seguirmos nosso caminho até a Rússia. Tive a oportunidade de enfrentar Neymar e Gabriel Jesus na Olimpíada e sei que são grandes jogadores, muito técnicos e com uma qualidade impressionante. Mas temos ótimos defensores, que estão acostumados a parar jogadores assim.
Para escrever o novo capítulo, a Colômbia deve ir a campo com elenco bem parecido ao que entrou de titular no último jogo pelas Eliminatórias, na vitória de 2 a 0 sobre a Venezuela. Com a exceção do volante Daniel Torres, que está fora, pendurado por cartão, e de Téo Gutierrez – que não fez o último jogo e nem viajou para Manaus – por lesão muscular, Pekerman tem à disposição todo o elenco. A dúvida do treinador é sobre a montagem do meio de campo, que pode fugir da construção com dois meias e variar para três volantes. James Rodríguez, do Real Madrid, é unanimidade na escalação e puxa a fila da linha ofensiva.
Fonte: Globoesporte.com