O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a primeira denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no âmbito da Operação Lava Jato, nesta segunda (12). O peemedebista é acusado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Renan já era investigado em outros inquéritos, mas é a primeira vez que ele é alvo de denúncia da Lava Jato.
Para que o senador se torne réu também nesse caso, o STF precisa aceitar a denúncia e abrir uma ação penal. O deputado federal cearense Aníbal Gomes (PMDB) também foi indiciado pela PGR.
O próximo passo da Suprema Corte é notificar Renan e Aníbal para apresentação de defesa prévia antes da análise do caso pelo tribunal.
O inquérito trata sobre a atuação dos dois parlamentares (Renan Calheiros e Aníbal Gomes) acusados de receber propina no valor de R$ 800 mil para a contratação da empresa Serveng Civilsan pela Petrobras, situação delatada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no acordo de delação premiada.
A contrapartida por parte de Renan e Aníbal seria apoio político para manter Paulo Roberto Costa a frente da diretoria de abastecimento da Petrobras, pois ele atuaria dentro da empresa a favor da Serving.
Réu duas vezes em duas semanas
No início do mês, o peemedebista virou réu pela primeira vez em ação centrada nos pagamentos de pensão feitos a uma filha que teve fora do casamento, que teriam sido pagos com dinheiro de seu gabinete parlamentar.
O escândalo, divulgado em 2007, foi um dos fatores que o levaram a renunciar à presidência do Senado na época. Na semana passada, Renan, já réu, foi afastado da presidência do Senado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.