Incêndios criminosos têm se tornado frequentes no entorno do açude (Fotos: VC Repórter)
Incêndios criminosos têm se tornado frequentes no entorno do açude (Fotos: VC Repórter)

Quixadá. Não bastasse a seca do açude, que por si só já deixa degradado o aspecto da região, uma serie de incêndios tem devastado a mata do entorno do açude. No final de semana passado, em vários trechos da estrada que dá acesso ao açude, haviam focos de incêndio na vegetação. A visão em alguns trechos da estrada ficou comprometida devido a quantidade de fumaça.

A fumaça ocasionada pelo fogo na mata chegou a encobrir até parte do caminho da parede do açude. Uma moradora da região, que pediu para não ter a identidade revelada, diz que os incêndios são constantes na área do Cedro. “Meu filho, quase toda semana tem fogo. Nem parece que tem lei num lugar desses porque, um lugar como o Cedro, deveria ser preservado, mas não, tão é acabando com tudo”, desabafou.

Na opinião do ambientalista quixadaense Oswaldo Andrade, que milita a frente do Instituto de Convivência com o semi árido, a questão sinaliza para um grave problema. Segundo Oswaldo, o fogo consumiu árvores centenárias do lugar. “A área precisa ser regulamentada. Ela foi desregulamentada e incentiva esse tipo de ocupação irregular que desemboca nessa situação de degradação. A vegetação está seriamente comprometida”, diz o ambientalista.

Até agosto deste ano a Prefeitura de Quixadá era responsável pela área. Desde então, o Dnocs voltou a ser responsável pela preservação do entorno. Mas para Oswaldo Andrade, os órgão responsáveis foram omissos e acabaram contribuindo para o agravamento da situação. “A gente acha que só o Ministério Público fazendo um termo de ajuste de conduta, após uma investigação para coibir os abusos e enquadrar as entidades responsáveis pela área para que cumpram seu papel constitucional, possa corrigir essa situação”, pontuou.

Desde 1977 as formações monolíticas do entorno do Cedro foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão do Ministério da Cultura. Em abril de 2015 o açude foi incluído na lista de indicativa brasileira do Patrimônio Mundial da Unesco. Os cuidados com a preservação da área cabem ao Dnocs, que não atendeu nossas ligações até o fechamento desta reportagem.

Para Geovana Maria Cartaxo, superintendente do Iphan no Ceará, a questão das queimadas é vistas com preocupação. “A queimada ameaça as construções, as características de beleza do entorno que justificaram o tombamento da paisagem natural. Vemos como preocupação e como ameaça ao patrimônio”, declarou.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste

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