
Os corredores do Hospital de Campanha de Sobral, montado para atender pacientes com diagnóstico de Covid-19 no município da Região Norte, receberam música na tarde de quinta-feira (4), em uma tentativa de aliviar a luta diária contra a doença. O músico Tchesco Oliveira foi responsável por percorrer a unidade de saúde de sanfona nos braços para descontração e emoção dos que circulam pelo local diariamente.
“Eu me senti emocionado por participar disso. Consegui sentir na pele como era algo grande. Durante toda a apresentação, senti a receptividade de todo mundo e toda a emoção”, relata Tchesco. Segundo explica, a ideia de levar o som para a unidade veio por meio de Tarciana Serafim, interventora do hospital de campanha.
Para ela, a solidão dos pacientes é algo palpável, visto que acompanhantes e familiares não são permitidos na maioria dos casos de internação pelo novo coronavírus. Assim, proporcionar mínimas alegrias é necessário na busca por suportar os obstáculos diários.
“Como é um mês junino pensei em trazer a sanfona para animar o ambiente e também a equipe, já que vivemos uma situação extrema de estresse e tensão”, revela Tarciana.
Após o surgimento da ideia inicial, começou a busca por contratar um músico disponível para a tarefa. Tchesco Oliveira se tornou o responsável pela empreitada. “Ele prontamente aceitou a proposta e veio aqui de corpo e espírito para fazer um momento muito bonito”, conta.
“Eu ainda estou extasiado”, diz o sanfoneiro sobre a ação. De acordo com ele, todos os cuidados foram tomados antes que tudo acontecesse. Máscaras foram disponibilizadas a ele, a esterilização dos objetos foi feita e a lavagem das mãos também foi conduzida pelos profissionais de saúde. “Fui orientado a não tocar muito nas coisas, como balcões e macas, além de não me aproximar muito dos pacientes, por exemplo”, relata ele.
Tocando sanfona desde os 10 anos, hoje, aos 45, o músico acredita no potencial dessa ação na situação difícil causada pela doença. “Quando entraram em contato comigo, me questionaram sobre o valor, mas eu nem pensei na possibilidade de cobrar algo. Foi tudo muito bonito”.
Impacto positivo
Tarciana gosta de lembrar do sentimento deixado no hospital com a apresentação. “Tinham pessoas deitadas há vários dias e que se levantaram e vieram até a porta para presenciar tudo. Muitos gravaram para mandar aos familiares. Enfim, mobilizou todo mundo”, pontua.
Para o encerramento, ela relata, por volta das 18h, um canto de “Ave Maria” foi ofertado aos profissionais que se esforçam todos os dias por lá. “Algo que tocou todos nós”.
Nordeste Notícia
Fonte: SVM














