Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil. (Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil)

O Brasil caiu 10 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023 e ficou na 104ª colocação entre 180 países. Realizado pela Transparência Internacional, a pesquisa divulgada nesta terça-feira, 30, mostra que o país obteve 36 pontos de 100 possíveis. O valor é dois pontos a menos que o registrado em 2022 com o presidente Bolsonaro.

 Com essa pontuação, o Brasil ficou abaixo das médias global e regional das Américas, ambas com marca de 43 pontos, dos BRICS, com 40 pontos, e mais distante da média dos países do G20, com 53 pontos.

Quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado corrupto e aparecem em tons mais claros no mapa
Quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado corrupto e aparecem em tons mais claros no mapa Crédito: Reprodução/Transparência Internacional

Os 36 pontos brasileiros em 2023 indicam, ainda, a segunda pior pontuação do país desde que o índice é calculado. Os piores resultados foram em 2018 e 2019, último ano de governo Michel Temer (MDB) e prieiro de Jair Bolsonaro (PL). Nas duas ocasiões, o País recebeu 35 pontos.

Dos 180 países pesquisados, o Brasil dividiu a colocação com Argélia, Sérvia e Ucrania. Em primeiro lugar, ficou a Dinamarca, com 90 pontos, e em último, a Somália, com 11 pontos. O IPC é considerado o principal indicador de corrupção do mundo.

Confira o ranking:

Papeis de Lula e Bolsonaro

Na análise do Transparência Internacional, o “país falha em recuperar pilares essencias para o enfretamento da corrupção”.

Além disso, o texto afirma que o novo governo “vem falhando na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção e, junto deles, do sistema de freios e contrapesos democráticos”.

E segue: “Já há sinais de piora nos termos atuais de barganha entre governo federal e Congresso, com a reintrodução de outra grande moeda de troca política: o loteamento das estatais”.

Já entre os pontos positivos citados pelo organismo internacional, está a operação da Polícia Federal que investiga suposta espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que tem como alvo o filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos)

Por meio de nota, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que os resultados da pesquisa “devem ser vistos com cautela”. Informou, ainda, que “trabalha diariamente para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado”.

A CGU também alega estar “fortalecendo a integridade dos órgãos federais e colaborando para a implementação de programas de integridade pública, fomentando a adoção de mecanismos de prevenção à corrupção por empresas e aprimorando mecanismos de detecção e sanção de corrupção”.

Confira nota da CGU na íntegra

Ao divulgar o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, publicado nesta terça-feira (30/01), a Transparência Internacional (TI) reconhece importantes avanços no âmbito do controle social, da transparência e do acesso à informação, pautas prioritárias do Governo Federal. Segundo a TI, a Controladoria-Geral da União (CGU) reverteu quase duas centenas de sigilos abusivos e, mais importante, estabeleceu regras para prevenir novas violações da Lei de Acesso à Informação. O governo Lula vem restabelecendo a estrutura dos conselhos de políticas públicas, espaços essenciais – como reconhece o relatório da TI – para a prevenção e o controle da corrupção.

Há de ressaltar, no entanto, que estudos internacionais discutem as limitações metodológicas de índices baseados em percepção, por isso seus resultados devem ser vistos com cautela. Diversos organismos internacionais – entre eles ONU, G20 e OCDE – têm discutido a elaboração de novas medidas sobre o tema. A corrupção é um fenômeno complexo e nenhum indicador consegue medir todos os seus aspectos.

A CGU trabalha diariamente para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado. Também estamos fortalecendo a integridade dos órgãos federais e colaborando para a implementação de programas de integridade pública, fomentando a adoção de mecanismos de prevenção à corrupção por empresas e aprimorando mecanismos de detecção e sanção de corrupção.

 

 

O Povo

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