Estudante de odontologia é preso em Fortaleza por atuar ilegalmente como cirurgião-dentista

Conforme as investigações da polícia, o homem atuava em Fortaleza há pelo menos dois anos e chegou a ter um consultório no Centro da capital. A companheira dele, que exerce a mesma atividade, mas de forma legal, também foi presa por colaborar com as condutas do estudante, que violam o Código Penal.

No local, foram apreendidos carimbos com o nome do estudante, contendo a denominação de cirurgião-dentista, receituários médicos, orçamentos, dinheiro, máquinas de cartão de crédito e material de panfletagem para atrair pacientes. O casal foi autuado por falsificação de documento particular, falsidade ideológica e exercício ilegal da odontologia.

De acordo com a delegada auxiliar do 2º DP, Camila Lobo, a polícia descobriu o caso após receber uma denúncia do Conselho Regional de Odontologia, sobre um estudante de odontologia exercendo de forma ilegal a profissão.

“A partir desses dados, instauramos um inquérito, começamos com um trabalho de inteligência policial e fizemos uma representação pela busca e apreensão nesse consultório dele, que é localizado na Avenida Monsenhor Tabosa. A 8ª Vara Criminal de Fortaleza deferiu o pedido de busca e apreensão, e a partir daí, nós continuamos com os trabalhos de inteligência e ontem, quando nós fomo cumprir o mandado, nós encontramos um paciente lá que iria ser atendido por ele”, afirma.

A vítima relatou para os policiais que estava fazendo tratamento com o falso dentista há mais de 15 dias e pagou quantias ao homem e à companheira dele. “Apesar dela ser odontóloga inscrita regularmente, auxiliava ele diretamente na prática criminosa”, disse a delegada sobre a mulher presa.

Conforme a delegada Camila Lobo, o casal é natural do Mato Grosso. No estado de origem, o homem já havia sido submetido a um processo administrativo pela faculdade que estudava anteriormente, por exercício ilegal da profissão. “A faculdade nos informou, através de um ofício, que na época ele só não foi expulso porque abandonou o curso”. O jovem tem antecedentes criminais por dirigir sob efeito de álcool.

As investigações também apontaram que o estudante, que cursa o último semestre em uma faculdade particular da capital cearense, usou documentação falsa para conseguir tirar o registro profissional provisório no Conselho Regional do Ceará.

O documento foi cancelado após o estudante ser alvo de fiscalização pelo CRO, há dois anos, quando foi solicitado que ele regularizasse a documentação. Apesar do cancelamento, o homem usava o número para se identificar como profissional durante os atendimentos.