A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) se manifestou, em nota, sobre as denúncias de assédio em instituições de ensino cearenses por meio das hashtags #ExposedFortal e #ExposedSobral, que viralizaram nas redes sociais e se tornaram uns dos assuntos mais comentados do país no Twitter nesta semana. Agora, de acordo com a pasta, “providências necessárias” serão adotadas para verificar os relatos.

Ainda segundo o comunicado, feito na manhã desta sexta-feira (26), a Seduc afirma ter tomado conhecimento das manifestações e deve, além de investigar dentro da legalidade, ficar à disposição para prestar informações solicitadas por órgãos envolvidos no caso.

Na última terça-feira (23), alunas cearenses denunciaram casos de assédio dentro do ambiente escolar, seja por meio de ações físicas de professores e coordenadores ou por mensagens trocadas em aplicativos.

“A Secretaria prestará assistência aos alunos e familiares e acrescenta a importância de manifestações por meio do canal da Ouvidoria”, diz o informe ao definir o espaço como meio de esclarecer de forma rápida as situações.

Denúncias

No Instagram, um dos perfis usados para divulgar os casos alcançou mais de 35 mil seguidores. “Ele ficava falando dos meus peitos, dizendo que eu era ‘grandiosa’. Eu não assistia às aulas dele de sábado porque me senti super desconfortável”, escreveu uma jovem sobre momentos vividos dentro de uma escola em Fortaleza.

Além dos casos envolvendo docentes, adolescentes e mulheres também utilizaram as redes para divulgar grupo criado para divulgar e compartilhar imagens íntimas femininas.

Ainda na terça, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, confirmou que os casos expostos na hashtag estão em processo de investigação.

“A Polícia Civil já está apurando denúncias relatadas no #exposedfortal, determinei prioridade para o caso. Solicito que as vítimas registrem o BO para facilitar a identificação dos envolvidos”, escreveu em publicação no Twitter.

Vítimas denunciam que tiveram imagens divulgadas sem a permissão — Foto: Reprodução/Instagram

Vítimas denunciam que tiveram imagens divulgadas sem a permissão — Foto: Reprodução/Instagram

Boletins de ocorrência

Após a repercussão nas redes sociais envolvendo as denúncias, dois Boletins de Ocorrência (B.Os.) foram registrados sobre o caso, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Diversos perfis na rede social continuam fazendo publicações sobre o assunto, por meio da hashtag #ExposedFortal.

Com publicações de apoio às vítimas, a #ExposedFortal está sendo utilizada, inclusive, para denunciar assédios envolvendo professores.

Casos no interior do Ceará

Encorajados pelo movimento da hashtag #ExposedFortal, usuários do Twitter utilizaram a plataforma na quarta-feira (24) para denunciar crimes sexuais que teriam acontecido em Sobral.

O secretário da SSPDS, André Costa, também utilizou o Twitter para afirmar que a Polícia Civil irá apurar as denúncias de crimes sexuais ocorridos em Sobral. “São crimes inaceitáveis e que marcam para sempre a vida dessas garotas”, destacou.

Jovens de Sobral utilizam redes sociais para denunciar casos de abuso que sofreram — Foto: Reprodução

Jovens de Sobral utilizam redes sociais para denunciar casos de abuso que sofreram — Foto: Reprodução

Investigação

A SSPDS informou que o caso de vazamento de fotos íntimas segue sendo investigado pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), na qual os dois B.O.s foram feitos.

O órgão disse também que o caso é acompanhado pelo Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) e pelo Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE).

A Secretaria salientou que as informações levantadas pela Dceca vão de “crimes de ação penal pública incondicionada, que tratam de pessoas que tiveram fotos íntimas expostas sem o seu consentimento, até crimes passíveis de representação por parte da vítima, como é o caso de ameaças”.

O órgão alegou ainda em relação às outras denúncias levantadas na internet, como ameaça, difamação e calúnia, só continuarão a serem investigadas pela Polícia se houver o registro dos casos por meio do B.O.

As denúncias podem ser formalizadas de forma online, na Delegacia Eletrônica (Deletron) ou presencialmente, em uma repartição da Polícia Civil.

O Órgão também que a população pode ajudar nas investigações da Polícia ao repassar informações sobre o ocorrido por meio do por meio do número 181, o Disque-Denúncia da SSPDS, ou ainda para o número (85) 3101-2044, da Dceca. Conforme a Instituição, o sigilo e o anonimato são garantidos.

Nordeste Notícia
Fonte: G1
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