Luan Fonsêca, professor da Faculdade de Educação de Crateús (Faec/Uece) e pesquisador da Uece em laboratório
Legenda: O estudo fez uma comparação entre amostras de camarões selvagens e de cativeiro Foto: Divulgação/Uece

Uma pesquisa internacional inédita, realizada em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), descobriu a presença de contaminantes em camarões no Ceará. Conforme o estudo, tratam-se de compostos químicos sintéticos, conhecidos como PFAs (substâncias perfluoroalquiladas), com maior concentração identificada do tipo selvagem.

Esses compostos são resistentes à água, gordura, calor e manchas e podem ser encontrados em itens usuais como panelas antiaderentes, tecidos impermeáveis e produtos de limpeza.

 

As substâncias se tornaram motivo de preocupação entre cientistas e autoridades de saúde devido à estrutura química que impede a degradação no meio ambiente.

 

Segundo o professor da Faculdade de Educação de Crateús (Faec/Uece) e pesquisador Luan Fonsêca, o estudo fez uma comparação entre amostras de camarões selvagens e de cativeiro, tentando descobrir como compostos produzidos pelo homem podem ser absorvidos pelos organismos no meio ambiente e chegar ao corpo humano, além dos possíveis malefícios.

 

Nessa pesquisa, foi possível identificar a presença de nove desses compostos nas amostras, sendo dois desses derivados de PFAs reportados pela primeira vez no mundo em amostras de camarão. O que sabemos é que se trata de compostos que não são naturais e hoje eles são encontrados em vários lugares no meio ambiente, em todo o mundo
Luan Fonsêca

professor da Faec/Uece e pesquisador

 

AMOSTRAS FORAM ADQUIRIDAS EM SUPERMERCADO LOCAL

Conforme relatado no artigo, amostras de camarão selvagem e de cativeiro (um lote de cada) foram coletadas no Ceará para um estudo que fez a análise do teor de arsênio em frutos do mar.

Aproximadamente 50 camarões de cativeiro (Litopenaeus vannamei) e selvagens (Farfantepenaeus brasiliensis) foram adquiridos em um supermercado local para a pesquisa.

“Metade das amostras foi mantida como comprada e a outra metade foi dissecada em tecido, carapaça (exoesqueleto + cabeça) e vísceras. Todas as amostras foram liofilizadas e, em seguida, as partes correspondentes foram reunidas e homogeneizadas”, explica o artigo.

“Uma ração comercial para camarões em cativeiro também foi obtida e preparada da mesma forma que a dos camarões. A espécie de camarão cultivada em cativeiro geralmente não é aquela que ocorre naturalmente no habitat, mas sim aquela que cresce rapidamente e se adapta bem às condições ambientais locais. […] Assim, o foco é comparar os dois produtos oferecidos aos consumidores no mercado, independentemente de se tratar de camarões de espécies diferentes”, conclui a pesquisa.

PESQUISA ACENDE UM ALERTA PARA O BRASIL

O pesquisador diz que o estudo visa detectar essas substâncias em diferentes alimentos, mas o camarão foi o primeiro alvo devido à relevância do crustáceo para a cultura alimentar do Ceará.

 

 

 

g1

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