Enfermeira grávida acusada de matar amante com injeção letal em hospital pode ser levada a júri popular, em Fortaleza — Foto: CDC/ Debora Cartagena
Enfermeira grávida acusada de matar amante com injeção letal em hospital pode ser levada a júri popular, em Fortaleza — Foto: CDC/ Debora Cartagena

A enfermeira Nara Priscila Carneiro está impedida de exercer a profissão por 30 anos, após decisão do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE). Ela é acusada de matar outro enfermeiro, com quem tinha um relacionamento extraconjugal. A decisão do conselho é de 2019.

Nara teria matado o amante, após engravidar dele, mas não querer que ele assumisse a paternidade da criança. Ambos trabalhavam no mesmo hospital e viviam um relacionamento extraconjugal. Em abril deste ano, a Justiça determinou que ela seja levada a júri popular.

A decisão do Coren-CE se baseou nos seguintes artigos:

  • Art. 9º – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais;
  • Art. 34 – Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência;
  • Art. 38 – Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe;
  • Art. 48 – Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão;
  • Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem.

 

O crime aconteceu em julho de 2017, em um hospital particular no Centro de Fortaleza. Ramam Cavalcante Dantas foi morto com uma injeção letal. Ele desejava assumir a paternidade da criança, mas Nara não queria. Ela tinha receio que o relacionamento extraconjugal acabasse com o casamento dela.

Quase sete anos após o crime, Nara Priscila Carneiro, que tem 40 anos, teve a sentença de pronúncia publicada no Diário de Justiça do Estado (TJCE). Ela responde ao processo em liberdade. Também não foram fixadas medidas cautelares contra ela, como o uso de tornozeleira eletrônica.

g1 entrou em contato com a defesa de Nara Priscila, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.

Envenenado em hospital

 

Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Nara era casada há 11 anos e mantinha relacionamento extraconjugal com Ramam havia 1 ano e nove meses. Ela estava grávida, à época do crime.

Ainda segundo os autos, por volta das 16h30 do dia 10 de julho de 2017, Nara, que era enfermeira e supervisionava a sala de Unidade de Cuidados Especiais (UCE), em um momento de inatividade do setor, envenenou Ramam Cavalcante, que era supervisor de atendimento no hospital infantil.

Inicialmente, houve a suspeita de que Ramam tivesse cometido suicídio, porém, no decorrer das investigações, a polícia descobriu indícios da participação da acusada.

Em depoimentos colhidos na fase investigatória, testemunhas relataram à polícia que a sala onde Ramam foi encontrado ficava trancada e a chave ficava gaveta de Nara, que era chefe do setor da emergência. Além disso, somente ela tinha acesso aos medicamentos usados na morte da vítima.

A análise das filmagens do corredor do hospital comprovou que, apesar da acusada e a vítima entrarem na mesma sala, somente a mulher saiu.

Além disso, o perfil traçado pela perícia de Análise de DNA realizada no recipiente de cloreto de potássio injetado na vítima, se identificou um perfil genético majoritariamente do sexo feminino.

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