Não é só Buffon que deixará de vestir a camisa da Itália a partir desta segunda-feira. Em lágrimas, o zagueiro Barzagli e o volante De Rossi também anunciaram, após o empate por 0 a 0 com a Suécia, que não jogarão mais pela Azzurra. Com isso, a seleção italiana perde seus três únicos remanescentes da equipe campeã do mundo em 2006.

– É a pior desilusão da minha vida futebolística. É uma desilusão única. Deixar esse grupo é uma coisa difícil, não consigo achar as palavras. Todos têm suas próprias emoções, nesse momento é muito difícil. É um desprazer enorme, agora os jovens terão em mãos a situação, e quem sabe farão melhor que nós – declarou Barzagli, ao canal italiano “Rai Sports”.

Como perdeu o jogo de ida da repescagem com os suecos por 1 a 0, a Itália ficou fora da Copa do Mundo com o empate desta segunda. Será a terceira vez que os italianos não participam de Mundial, a primeira desde 1958. Barzagli, de 36 anos, estreou pela Azzurra em 2004 e fez 73 jogos. Em prantos, o defensor da Juve tentou mostrar otimismo com o futuro da seleção nas mãos da nova geração.

– O que faltou? Não sei. Ventura? Falou conosco, mas cada um tem sua emoção e neste momento é realmente difícil dar-se conta. Com Gigi (Buffon) e Daniele (De Rossi), vivemos a aventura do Mundial 2006, mas também com Giorgio (Chiellini) fizemos tanta coisa. A esperança sempre deve estar lá. Se fecha um ciclo e abre-se um outro com os jovens que têm tanta vontade.

   Barzagli (número 15), junto com companheiros, após o empate com a Suécia (Foto: Max Rossi/Reuters)

                       De Rossi se despede e diz: “Momento negro”

Com 117 jogos pela seleção italiana, De Rossi, de 34 anos, é o quarto jogador com mais jogos pela equipe. Está atrás apenas de Buffon, Cannavaro e Maldini. Ao dar adeus à Itália, o volante da Roma não se esquivou das críticas ao atual momento do time.

– É um momento negro para o nosso futebol, negríssimo para nós, que fizemos parte desse biênio. Haverá tempo para todos analisarem. Creio que a Federação deverá refletir para entender como dividir (a culpa). A única coisa a salvar é o espírito e a vontade que tivemos até o último segundo desta aventura – disse o volante, também à “Rai Sport”.

Ele lamentou se despedir da seleção em um momento tão triste.

– São 16, 17 anos que circulamos por Coverciano (CT da Itália). E pensar que é a última vez que tiro essa camisa, me faz mal. Depois da partida, houve uma atmosfera fúnebre com todos.

“Pedi para que entrassem atacantes”

De Rossi também comentou sobre o desentendimento que teve com o auxiliar técnico italiano durante a partida. Uma imagem captada pela “Rai Sport” flagrou o volante discutindo com o membro da comissão da Azzurra, depois que é chamado para se aquecer. O jogador da Roma se irrita e diz:

– Que c… entro eu? Não devemos empatar, devemos vencer! – diz o italiano, apontando para o atacante Insigne, do Napoli.

Perguntado sobre o ataque de raiva, De Rossi confirmou que esperava alterações diferentes na seleção italiana.

– Foi um momento frenético e pedi para que entrassem os atacantes. Talvez Insigne ou El Shaarawy pudessem dar mais que eu – disse.

Fonte: Espn.com

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