Após um ano de baixa transmissão de dengue em todo o Ceará, a principal preocupação das autoridades de saúde para 2026 é o retorno do sorotipo 3 (DENV-3), que voltou a circular em municípios do Interior neste ano.

A informação é do secretário-executivo de Vigilância em Saúde do Estado, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), em entrevista ao Diário do Nordeste. O epidemiologista alerta para o risco de uma nova epidemia diante da ausência prolongada desse tipo viral no território cearense.

“Nós tivemos um ano espetacular, de muito baixa transmissão, com surtos muito localizados”, explica o gestor. “Mas houve a reintrodução do vírus dengue 3, e essa é a nossa principal preocupação para 2026, porque é um sorotipo que há muito tempo não circula no Estado”.

A partir de junho de 2025, a vigilância laboratorial do Estado detectou novamente o DENV-3 em áreas de Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Barbalha, municípios das regiões do Vale do Jaguaribe e do Cariri, próximas à divisa com Pernambuco – estado que já havia registrado surtos recentes com predominância do mesmo sorotipo.

 

Segundo a Sesa, a reintrodução desse tipo interrompeu nove anos sem registros no Estado. “Isso nos acende o alerta. Pernambuco teve surtos importantes, e como estamos ao lado, precisamos estar muito atentos”, reforça o secretário.

 

Os primeiros casos autóctones, ou seja, transmitidos dentro do próprio território cearense, foram identificados após o fim da quadra chuvosa. Segundo o secretário, os registros ocorreram em áreas rurais com baixa densidade populacional e vetorial, o que contribuiu para conter a propagação.

“Os casos ocorrem ali, mas não há um adensamento populacional grande. Se eles tivessem acontecido em um período de chuvas, com alta infestação do mosquito, o cenário poderia ser outro”, aponta.

Até a semana epidemiológica 43 (até o dia 25 de outubro deste ano), o sorotipo 3 foi isolado 20 vezes no Estado, segundo a plataforma IntegraSUS.

Cenário de transmissão no Estado

Até a semana 41 deste ano (dia 11 de outubro), foram confirmados 4.097 casos de dengue no Ceará, sendo oito casos graves e nenhum óbito. No mesmo período do ano passado, foram 10.946 casos, com 15 casos graves e seis óbitos. As informações são da Planilha de Notificação Semanal (PNS) da Sesa.

Ainda conforme os levantamentos, outras duas arboviroses tiveram redução: a chikungunya passou de 711 casos, em 2024, para 561, em 2025; já o zika permanece com registros zerados, após dois casos em igual período do ano passado.

De transmissão mais recente, a febre do oropouche foi a única com aumento: em 2024, foram 231 casos, sendo seis em gestantes; já neste ano, está com 706 casos, sendo três em grávidas.

 

 

 

Diário do Nordeste

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