Legenda: Atualização coloca o Brasil em sintonia com as recomendações internacionais mais recentes Foto: Me dia/Shutterstock
A pressão arterial “12 por 8” (120-139 mmHg e/ou 80-89 mmHg) não é mais considerada ideal e, sim, pré-hipertensão. A mudança é uma atualização da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (DBHA), publicada nessa quinta-feira (18).

Elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a alteração visa precocemente identificar indivíduos em risco e prevenir a evolução para um quadro de pressão alta.

A atualização sintoniza o Brasil com as recomendações internacionais mais recentes, anunciadas pelo Congresso Europeu de Cardiologia no ano passado.

O que significa a mudança?

A nova diretriz não é motivo para pânico, na verdade, é um indicativo de atenção e não quer dizer, necessariamente, que uma pessoa esteja doente se apresentar o valor “12 por 8” ao aferir a pressão arterial, como explica a cardiologista Fernanda Weiler, do hospital Sírio Libanês de Brasília.

O que muda é a forma como olhamos para esse número: de um valor considerado normal, ele passa a ser um sinal de alerta. É uma oportunidade para agir de forma preventiva antes que o quadro evolua para hipertensão.”
Fernanda Weiler

Cardiologista

 

Com a atualização, a nova pressão ideal para indivíduos a partir de 18 anos passa a ser os valores menores que 120-139 mmHg e/ou 80-89 mmHg, ou “12 por 8”. Enquanto medidas acima de “14 por 9” (140-159 mmHg e/ou 90-99 mmHg) são consideradas hipertensão.

Nova diretriz pode salvar vidas, diz médica

A especialista avalia que a alteração da medida pode reduzir o número de mortes, ao possibilitar que paciente reduzam as chances de desenvolver pressão alta, prevenindo complicações graves da condição, como infarto, insuficiência renal e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

“Essa atualização das diretrizes nos proporciona uma janela de ação importante: não esperar o quadro evoluir para hipertensão franca, mas intervir quando ainda é reversível. A pressão ‘12 por 8’ deixa de ser vista como normalizando limítrofe e passa a ser motivo de atenção — uma mudança que pode salvar vidas.”

estudo que embasa a mudança na diretriz destaca, por exemplo, que a pressão alta é o principal determinante de mortes causadas por doenças cardiovasculares no Brasil e no mundo. No território brasileiro, cerca de 30% da população vive com hipertensão, conforme dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgados em 2023.

O que fazer se você apresentar pressão ’12 por 8′?

A cardiologista indica que o primeiro passo, não é o tratamento medicamentoso, e, sim, a mudança de estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis, reeducação alimentar e abandono do consumo de substâncias químicas, como álcool e cigarros.

“Alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, redução do sal e do estresse, além de sono de qualidade são as primeiras medidas indicadas como tratamento para casos nos quais a pressão arterial está perto das medidas consideradas aceitáveis.”

 

 

Diário do Nordeste

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