Uma semana após garantir o maior número de medalhas na Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), o Ceará foi o maior destaque na 40ª Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU), com 16 equipes vencedoras. A premiação aconteceu neste domingo (1º), em São Paulo.
Nesta edição, a OMU teve 2,8 mil grupos inscritos de todo o País, sendo São Paulo o estado com maior participação: 1.501. O Ceará enviou 228 equipes para a disputa e 44 foram para a etapa final.
Participam da Olimpíada de Matemática grupos com três estudantes e um professor de turmas do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e de todos os anos do Ensino Médio, de escolas públicas e particulares.
A OMU acontece em duas fases online e uma presencial, que é realizada na Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo. São temas das questões conteúdos como raciocínio lógico, função logarítmica, equação e geometria.
Os finalistas na Olimpíada de Matemática que conquistam medalha na prova individual também podem fazer parte do edital de “Vagas Olímpicas” da Unicamp para se tornarem estudantes da Universidade.
A prova da OMU é válida para ingresso em 10 cursos da Unicamp:
- Engenharia Física
- Física Médica
- Física
- Matemática
- Matemática Aplicada e Computacional
- Matemática (Licenciatura)
- Física (Licenciatura)
- Engenharia de Transportes
- Estudos Literários
- Farmácia
O professor de uma escola privada de Fortaleza Carlos Alex Martins levou oito equipes para disputar a OMU que trouxeram medalhas de ouro, prata e bronze. “Já há muitos anos, as escolas têm uma preparação mais avançada nas olimpíadas por causa da tradição das ‘turmas ITA’ e as escolas cearenses são bem fortes nessas competições”, acrescenta.
Isso porque a preparação para o vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) envolve a participação em olimpíadas educativas. “O aluno vem com outra visão para estudar para o vestibular, o estudo abre portas que muitas vezes nunca se imaginou na vida”, observa.
O aluno sai de Fortaleza, conhece outros alunos olímpicos do Brasil inteiro, o que é uma motivação a mais para estudar
Como funciona a prova
Todas as provas das três fases da Olimpíada de Matemática são dissertativas. Ou seja, ao responder as perguntas, as equipes devem argumentar, justificar os passos e apresentar o raciocínio feito na resolução.
A qualidade da redação, inclusive, também é um critério de pontuação (de acordo com o previsto em regulamento). Por isso, os participantes devem explicar ao leitor e dar exemplos, quando necessário, sobre o tema.
A equipe deve conversar entre si para resolução das questões e é permitida a consulta bibliográfica. Neste caso, é necessário citar explicitamente as referências para evitar casos de plágio.
Já os professores são responsáveis por orientar as equipes ao longo da competição, contribuindo com as formações e na organização da dinâmica de trabalho das equipes.
Contudo, os professores não podem ajudar os alunos na resolução das provas da Olimpíada de Matemática. Os exames precisam ser manuscritos ou feitos com uso de mesas digitalizadoras.