Houve uma redução de 8,4% de CVPs, como são classificados os crimes de roubo, relativos a celulares. No ano de 2022, foram 18.025 aparelhos roubados na Capital cearense, em situações diversas.
Os índices compilados pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), vinculada à SSPDS, indicam que os furtos desse tipo tiveram elevação. Foram 9.941 ocorrências em 2023, contra 9.271, uma variação de cerca de 7,2%.
Com relação à variação, a SSPDS destaca que atua no combate ao crime, realizando ofensivas contra a receptação dos bens furtados ou roubados”, indica a pasta, em nota.
Nesta segunda-feira (18), a Secretaria divulgou um balanço de roubos no primeiro bimestre de 2024, e informou que em todo o Ceará houve uma redução de 15,7% nos CPVs entre janeiro e fevereiro.
Nos primeiro dois meses do ano, o Estado teve 6.226 casos de roubos. Em igual período do ano foram 7.387 ocorrências.
SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA
Morador de Fortaleza, o profissional de Motion Design Carlos Matheus Sousa, de 26 anos, foi uma das pessoas que entrou para a estatística de furtos e roubos de celulares. Ele curtia os shows de Réveillon no dia 30 de dezembro, quando teve seu aparelho subtraído rapidamente em uma multidão.
Ele decidiu deixar o evento por volta de 23h, mas encontrou junto aos amigos uma saída dificultada pelas milhares de pessoas.
“Enquanto saíamos, mantive as mãos no bolso para proteger o celular, mas em um determinado momento começou um empurra muito forte e tive que tirá-las do bolso para me equilibrar. Assim que saímos, verifiquei o bolso e percebi que já não estava mais com o celular”, relata o jovem.
Ele tentou rastrear o celular com a ferramenta “Encontrar meu smartphone”, mas não obteve sucesso. O aparelho estava descarregado e a última localização deu no Aterro da Praia de Iracema. Matheus fez o B.O pela Delegacia Eletrônica, ligou para sua operadora e disse ainda que seu item estava “configurado pra bloquear tanto por digital e código, como também por chip”.
Quanto ao sentimento, além de frustrado e com sensação de impotência, também fiquei bastante surpreso pela velocidade que aconteceu. Em poucos segundos que tirei a mão do bolso eu já havia perdido o aparelho. Eu já tinha um certo receio pela segurança em Fortaleza por conta de histórias que já ouvi e presenciei. Sempre que acontece algo do tipo, essa sensação de insegurança só aumenta, o que acaba pesando em não optar por procurar lazer na cidade
CARLOS MATHEUS SOUSAMotion Design
Um mês antes, em outubro, a jornalista Marília Brizeno também foi vítima em um evento na Praia da Leste Oeste. Ela foi comprar cigarro em uma barraca e conta que momentos depois, “muito rápido” percebeu o aparelho sumido de seu bolso.
O desespero tomou conta dela, pois dentro do equipamento se encontravam informações importantes para um processo judicial que ela move contra uma pessoa. Além disso, ela ficou sem ter como ir para casa e teve de contar com a ajuda de uma prima.
“Eu fiquei me culpando muito, né? Me culpei muito, porque por mais que tenha sido uma situação assim, eu não tenho a culpa, mas eu tinha responsabilidade com o que eu fazia na minha vida. Mas foi isso, minha preocupação mesmo eram as coisas importantes que eu tinha no meu celular”, desabafa.