O professor de informática de 31 anos, preso em flagrante na cidade de Quixeramobim, no interior do Ceará, por suspeita de extorquir mais de R$ 50 mil de outra docente com um falso curso, teve a liberdade provisória concedida pela Justiça durante a audiência de custódia realizada neste sábado (2).
O professor havia sido capturado pela polícia nesta sexta-feira (1º), na escola estadual onde ele lecionava, no Centro do município. No momento da prisão, a polícia apreendeu R$ 10.700 mil em espécie. A suspeita da polícia é que o homem tenha obtido cerca de R$ 200 mil das extorsões.
Segundo a polícia, o professor alegou que o crime foi motivado pelo vício em jogos virtuais, que fez ele perder quantias em apostas numa plataforma.
Audiência
Durante a audiência, a juíza substituta plantonista Marília Ferreira de Souza Varella Barca levou em consideração que o professor é réu primário, possui endereço fixo e emprego certo,” não havendo qualquer indício de que a liberdade dele possa prejudicar o andamento do processo”.
“Assim, a priori, a imposição de cautelares diversas da prisão se revelaprovidência idônea e suficiente, devendo-se sopesar a gravidade em concreto das condutastípicas imputadas ao autuado no momento da definição das medidas. […] Ante o exposto, homologo o auto de prisão em flagrante e, em decorrência, concedo a liberdade provisória ao flagranteado”, disse a juíza Marília Ferreira de Souza Varella Barca.
A magistrada determinou que o docente cumpra medidas cautelares, entre elas, a proibição de se aproximar da vítima; proibição de frequentar e de acessar casas de jogos de azar ou eletrônicos, de qualquer espécie; e obrigação de iniciar tratamento psiquiátrico/psicológico para ovício/compulsão em jogos, mediante comparecimento ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) local.
Investigação
Conforme as investigações da Delegacia de Quixeramobim, tudo começou há cerca de quatro meses, quando a vítima se inscreveu em um curso de informática indicado pelo suspeito, que ajudou a vítima a se cadastrar.
Após essa inscrição, a mulher passou a receber cobranças, que seriam para o pagamento de taxas.A vítima chegou a pagar cerca de R$ 58 mil em taxas. Os últimos pagamentos ocorreram na quinta (29) e na sexta-feira, quando a mulher repassou R$ 21 mil e R$ 9 mil ao suspeito.
A professora passou a desconfiar das cobranças, mas acreditava que o docente que indicou o curso também era vítima.
Durante a investigação, a polícia descobriu que o curso era falso, além disso, o suspeito gerava boletos e multas para a vítima realizar o pagamento. O valor extorquido pelo suspeito foi utilizado em apostas de jogos de azar.
A Secretaria da Educação do Estado (Seduc) disse que a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) foi informada pela escola sobre a prisão do professor.
“Mesmo o crime apontado não tendo qualquer relação com a comunidade escolar, a escola, a Crede e Secretaria da Educação (Seduc) adotarão os encaminhamentos administrativos e legais quanto ao contrato do temporário”, disse a Secretaria da Educação.
g1