O Ceará registrou, entre janeiro até esta quarta-feira (14), quatro casos confirmados de febre maculosa em 2023. No período ainda houve 14 notificações da doença, mas não há registro de óbitos no Estado, segundo a Secretaria da Saúde (Sesa). A pasta não informou em quais cidades os casos ocorreram.
A doença, transmitida por meio do contato com o carrapato infectado pela bactéria do gênero Rickettsia, voltou a preocupar devido a um surto na cidade de Campinas (SP), que resultou na morte de três pessoas.
As vítimas estiveram na mesma festa em uma fazenda em um distrito do município paulista. Uma adolescente de 16 anos, que também esteve no evento, morreu com suspeita da doença.
Ao todo, o Ministério da Saúde confirmou 53 casos em todo o Brasil até esta quarta-feira, dos quais oito resultaram em mortes. Desses casos, 12 foram registrados no estado de São Paulo, com seis óbitos confirmados e dois continuam em investigação.
Conforme o Ministério da Saúde, a maior concentração de casos é verificada nas regiões Sudeste e Sul.
Cenário no Ceará
Conforme a Sesa, entre 2010 a 2022, foram notificados 234 casos suspeitos no Ceará, sendo 36 destes confirmados para febre maculosa.
O primeiro registro da doença no Estado foi no ano de 2010, no município de Aratuba, no Maciço de Baturité. A região é composta por 13 municípios, dos quais, oito foi realizado vigilância ambiental para riquetsioses – doenças infecciosas, com manifestações clínicas de quadro febril a hemorrágico, causadas por bactérias do gênero Rickettsia – representando 4,3% do território cearense.
A Coordenadoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, por meio da Célula de Vigilância Entomológica e Controle de Vetores, promove de forma gradual a vigilância das riquetsioses nos municípios do estado, por meio do monitoramento de potenciais vetores, a partir da capacitação de profissionais da saúde com o manejo e encaminhamento de espécimes para análise riquetsial em laboratório de referência.
Pelo menos 12 espécies de carrapatos foram catalogadas no Ceará até 2021, das quais 7 (58,3%) foram encontradas infectadas naturalmente com Rickettsia spp, que pode levar a transmissão da febre maculosa.
g1