Mais de 2,7 milhões de cearenses estão inadimplentes, aponta Serasa — Foto: Reprodução/Banco de imagens
Mais de 2,7 milhões de cearenses estão inadimplentes, aponta Serasa — Foto: Reprodução/Banco de imagens

Mais cearenses passaram a ter dificuldade financeira, e a inadimplência atingiu novo recorde no estado em maio deste ano de 2022, segundo levantamento do Serasa. Conforme o Mapa da Inadimplência, 40,32% dos cearenses estão na situação, equivalendo a 2.785.390 CPFs. O advogado Caio Sanas dá dicas de como fugir do endividamento e driblar as taxas de juros (veja mais abaixo).

No Ceará, eram 2,3 milhões de inadimplentes em maio de 2021, um número crescente desde então. De janeiro a maio de 2022, o número de pessoas nessa situação cresceu em mais de 168 mil.

Conforme dados da Serasa repassados ao g1, o valor médio da dívida do Ceará em maio era de R$ 1.059,38. O total de dívidas negativadas em todo o estado é de 8.779.663, totalizando mais de R$ 9 bilhões em dívidas.

Em todo o Brasil, a soma das dívidas chega a R$ 278,3 bilhões, uma média de R$ 4.179,50 por dívida.

Mapa da inadimplência no Ceará – 2022

Mês Consumidores inadimplentes Dívidas negativadas Dívida média (R$)
Janeiro 2.616.702 7.914.919 1.089,25
Fevereiro 2.635.944 8.009.411 1.090,75
Março 2.747.799 8.565.351 1.038,77
Abril 2.775.827 8.669.825 1.046,38
Maio 2.785.390 8.779.663 1.059,38

Planejamento e educação financeira

 

O advogado Caio Sanas, especialista em tributos, afirma que para evitar o chamado superendividamento é preciso, entre outras coisas, conciliar educação financeira e planejamento financeiro.

“Na maioria dos casos, o maior fator do superendividamento é o uso excessivo dos cartões de crédito, por isso o planejamento da receita financeira da residência com relação aos gastos é fundamental”, diz.

 

Outro ponto que reforça o endividamento é a contratação de empréstimos no banco. Sanas explica que uma das opções para combater as taxas de juros abusivos nesses casos é procurar um advogado de confiança para distribuir uma ação revisional de juros.

“Essa ação permite que o contratante do empréstimo ajuste a taxa de juros de acordo com a taxa do Banco Central. Para saber a taxa de juros do Banco Central, o consumidor deverá acessar a Calculadora do Cidadão disponibilizada pelo próprio BC. Nela o mutuário irá preencher o valor financiado, valor da parcela, número de meses e taxa de juros aplicada. A calculadora fará o cálculo automaticamente”, esclareceu.

O advogado alerta para que o cidadão esteja sempre atento às taxas vigentes, seja na hora de contratar algum crédito ou ainda quando buscar renegociar dívidas, dando preferência por uma negociação o que envolva o menor número de parcelas.

“A melhor forma de evitar cilada do banco é não precisar dele. No entanto, caso necessite, é bom estar ciente das taxas de juros aplicadas e permitidas pelo Banco Central, o que auxilia na hora de negociar com o banco. A regra é: quanto menos você parcelar, menor a taxa de juros”, orienta.

Por fim, o especialista reforça que o cidadão que se sentir lesado, assediado ou induzido ao endividamento por parte da instituição financeira deve procurar serviços jurídicos da sua confiança, o Procon e até mesmo denunciar atos abusivos direto no site do Banco Central. O prazo para o retorno da reclamação é de até dez dias úteis, em média.

g1

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