A dona de casa Priscila da Silva Lima, mãe da criança de 11 anos que teve as mãos e os pés amarrados em uma escola no Ceará, afirmou ao g1 que o filho sempre sofreu bullying de colegas, mas não tinha como provar para os diretores.
No sábado (14), o garoto teve mãos e pernas amarradas e foi filmado sentado ao chão enquanto era agredido verbalmente por colegas. O vídeo circulou nas redes sociais e causou revolta pela situação.
“Sempre teve bullying contra ele na escola. Ocorreu outras vezes e ele [meu filho] sempre me contou, mas não tinha como provar para os professores e diretores da escola. Uma vez eu até falei e disseram que era coisa de menino, uma brincadeira”, afirmou a dona de casa.
Segundo Priscila da Silva, o filho melhorou após a agressão e já conversa sobre o assunto, mas não sair de casa.
Ainda de acordo com a dona de casa, a prefeitura de Paracuru, não enviou uma equipe da Rede de Atenção Psicossocial (CRAS) para ver seu filho. Um psicólogo que soube do caso se voluntariou para dar assistência. “Eu ainda aguardo a equipe da prefeitura. Ainda não apareceu ninguém. Só um rapaz que ficou sabendo sobre o caso veio até aqui e falou com a gente. Ele é psicólogo”, disse.
Crime de tortura
Sobre o caso, a gestão municipal disse ainda que as secretarias de Esporte, Educação, Assistência Social e Saúde, após saber do ocorrido, tomaram as providências cabíveis sobre o caso. “Bullying não tem graça”, disse o perfil do governo municipal nas redes sociais.
“Já entramos em contato com os familiares da criança, e já estamos dando todo o suporte necessário à família. Os responsáveis pelo ato já estão sendo identificados e os órgãos correlatos já estão acionando seus familiares para tomar as ações cabíveis juntos a família”, garantiu a prefeitura.
A Polícia Civil informou que a Delegacia Municipal de Paracuru já instaurou um procedimento policial e identificou todos os envolvidos no caso — classificado como “ato infracional análogo ao crime de tortura”.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse que oitivas e diligências ocorrem com foco em apurar todos os detalhes sobre o crime. O órgão explicou ainda que outras informações serão repassadas em outro momento, para não comprometer os trabalhos policiais.
g1