A médica Ana Patrícia de Lima Barbosa (MDB), vice-prefeita reeleita em 2020, tomou posse como prefeita de Acopiara, no Ceará, na tarde desta quinta-feira (20). Ela assume a gestão após o afastamento por 180 dias do prefeito Antônio Almeida Neto, do mesmo partido.
O gestor, dois secretários e dois servidores públicos foram afastados por decisão da Justiça cumprida durante operação da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (PROCAP). Chamada de Carona, a investigação aponta para possíveis crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo servidores públicos e representantes de uma empresa que presta serviço à prefeitura de Acopiara.
A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos envolvidos para aprofundar as investigações. Os mandados foram cumpridos em Acopiara, Iguatu e Fortaleza. Foram apreendidos documentos, celulares, computadores, além de uma quantia em dinheiro vivo de aproximadamente R$ 12 mil, encontrados na casa de um dos alvos. Ninguém foi preso.
Família de políticos
Ana Patrícia foi reeleita na chapa de Antônio Almeida em 2020, ocupando o mesmo cargo no mandato anterior. É a primeira vez que assume a prefeitura por tanto tempo.
A nova prefeita tem um irmão que é vereador no mesmo município. Marcelo Barbosa, do MDB. O pai dela, o médico Francisco Barbosa, já foi vereador por dois mandatos e ocupou a presidência da Câmara Municipal de Acopiara.
Formada em medicina pela Universidade Federal de Campina Grande, ela é especialista em mastologia, ginecologia obstetra e cirurgia ginecológica. Trabalhou em diversos municípios do Ceará, entre eles, Iguatu, Acopiara, Icó, Fortaleza, Cariús. Hoje atua na Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.
Ana Patrícia vai governar por 6 meses. Por enquanto pretende manter o secretariado e preencher apenas os cargos ociosos.
Prefeito afastado não falou
A prefeitura de Acopiara não se pronunciou desde esta quarta-feira (19), quando a operação foi realizada. Procurado, o prefeito também não.
A prefeitura teve que suspender o contrato com a empresa investigada. Haveria diversas obras com indícios de ilegalidades. Segundo os investigadores, o contrato com a empresa teria sido feito a partir da adesão a uma licitação já em vigor celebrada entre a construtora e a prefeitura de Mombaça, vizinha à Acopiara. Esse procedimento é conhecido por carona, daí o nome da operação. O MPCE informa que Mombaça não é alvo da investigação.
A relação contratual entre a prefeitura de Acopiara e a construtora começou em 2019 e segue até hoje. Já foram transferidos mais de R$ 3.500.000,00 dos cofres públicos para a empresa.
SVM