Um maqueiro do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, no Bairro Messejana em Fortaleza, foi filmado pela filha de uma paciente, neste domingo (10). A mulher alega que o profissional recusou fornecer uma maca para a mãe dela, que precisava deitar enquanto aguardava atendimento médico, já que tem três hérnias de disco. Veja o vídeo abaixo.
Outros funcionários também aparecem no vídeo. A Secretaria da Saúde (Sesa) disse que os profissionais mostrados no vídeo são auxiliares de transporte hospitalar, responsáveis por fazer a movimentação dos pacientes na unidade. No momento que as imagens foram feitas eles não estavam em atividade, segundo o órgão.
A Sesa disse ainda que a maca que aparece é reservada para os casos de emergência, ou seja, para pacientes que chegam à unidade em parada cardiorrespiratória e necessitam de socorro e transporte rápido. Por este motivo, os funcionários são orientados a não retirar os equipamentos do local.
Janaína Pontes, filha da paciente, disse que a mãe precisou de atendimento médico ao passar mal por conta de pressão alta e falta de ar. A unidade de saúde mais próxima era o Hospital da Messejana. A filha disse ainda que, neste domingo, a mãe fez um procedimento na coluna.
“Ela tem três hérnias de disco, ela não consegue ficar sentada e nem em pé, ela tem que estar deitada. A minha mãe estava gritando de dor, chorando. Eu pedi uma maca para deitar minha mãe e disseram que não tinha nenhuma maca. Quando eu saí, fora do hospital, na entrada da emergência esse rapaz estava em cima da maca”
Ela disse, então, que foi informada que a maca seria para pacientes que chegassem através de ambulância, e tentou argumentar que o uso por parte da mãe seria rápido, enquanto ela esperava para fazer um eletrocardiograma.
“Simplesmente ele sentou em cima da maca, debochando na minha cara e dizendo que ela não ia pegar essa maca, ela não ia sentar em cima dessa maca de jeito nenhum. E ficou debochando a minha cara batendo em cima da maca”, lamentou Janaína.
“Você com sua mãe passando mal e um maqueiro sentado em cima da maca, dizendo que ali minha mãe não ia deitar. Isso é um absurdo, muito desumano”, complementou a filha.
Profissional afastado
Em nota, a Sesa disse que o Hospital de Messejana “entende a situação estressora que é precisar de um atendimento de emergência e lamenta a situação”. Conforme a Secretaria, a acompanhante foi orientada pelos profissionais e pela chefia de equipe sobre a destinação da maca e a impossibilidade de liberação do equipamento.
“Por não compactuar com a postura do profissional, a instituição tomou medidas administrativas, advertindo-o e afastando-o temporariamente das atividades”, complementa a nota da Sesa.
O hospital disse que a paciente passou pela triagem e foi classificada com pulseira verde, ou seja, como baixo risco. Foi avaliada pelo médico e fez eletrocardiograma. Ela estava consciente, orientada e fora de perigo.
A Sesa informou também que, após uma hora da sua chegada, ela recebeu alta e foi orientada a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), caso voltasse a apresentar sintomas de ansiedade generalizada.
Os pacientes atendidos no Serviço de Pronto Atendimento do HM ficam alocados em cadeiras e poltronas, salvo os que chegam à unidade, desacordados, ou em parada cardiorrespiratória, que são prontamente levados ao eixo vermelho (sala de parada).