A inflação de março na Espanha bateu 9,8%, seu nível mais alto em 37 anos, devido à disparada dos preços da energia pela guerra na Ucrânia – informa uma primeira estimativa oficial divulgada nesta quarta-feira (30).

O valor se situa “mais de dois pontos acima do registrado em fevereiro”, quando a inflação chegou a 7,6%, conforme o comunicado do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A taxa de março é “a mais alta desde maio de 1985”, detalhou o INE.

“É um dado ruim que afeta nossa economia, nossa sociedade, em particular os coletivos mais vulneráveis”, reconheceu o presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, em um discurso no Parlamento.

A tendência se explica, principalmente, pela explosão dos preços de eletricidade e combustíveis, mas também pela alta do custo dos alimentos, afetados pela invasão russa da Ucrânia.

Ontem, o governador do Banco da Espanha, Pablo Hernández de Cos, já havia antecipado este “aumento muito significativo da inflação”, devido à guerra na Ucrânia, que produziu “uma espécie de ‘choque’ energético”.

Nesse contexto, “o país está mais pobre do que há alguns meses, porque há uma série de produtos energéticos que a Espanha não produz, mas de que precisa para produzir o restante dos bens e para consumo final. E estes produtos hoje são mais caro”, afirmou Hernández de Cos.

Para tentar amortizar o impacto da guerra, o governo de Pedro Sánchez adotou, na terça-feira, um plano de ajuda direta de 6 bilhões de euros (US$ 6,58 bilhões) para residências e empresas.

 

 

EM

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