Durante todo o fim de semana, as delegacias plantonistas do Estado suspenderam o registro de Boletins de Ocorrência (B.O.S). Os servidores orientaram quem precisou do serviço a procurar a Delegacia Eletrônica ou ir, hoje, a uma Instituição que não tiver presos em suas carceragens, porque apenas estas terão atendimento regular ao público. Na tarde de ontem, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social informou, por meio de nota, que “qualquer paralisação dos serviços será comunicada à Justiça que determinou a ilegalidade da greve dos policiais civis”.
O secretário adjunto da Pasta, coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, disse que os casos que chegarem ao conhecimento da Instituição de B.O.S que deixaram de ser registrados serão encaminhados à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) para apuração das circunstâncias. “O Sindicato orientou que suspendessem o serviço, mas não pode. Os fatos já confirmados serão encaminhados à CGD”.
Lauro Prado afirmou que o cidadão que se sentir prejudicado com a decisão dos policiais civis também pode denunciar. “Não tem como nós sabermos de todos os casos, mas qualquer pessoa que vá até uma delegacia para registrar um B.O. E se sinta prejudicada, porque houve recusa por parte dos policiais, pode também se dirigir à CGD”.
Na manhã de ontem, um desentendimento foi registrado no 15ºDP (Cidade 2000) entre um delegado e um escrivão, por conta da suspensão do atendimento ao público. O delegado chegou a dar voz de prisão ao servidor, que revidou e também deu voz de prisão ao delegado.
A respeito do episódio, o coronel ratificou que se não há greve decretada na Instituição, os policiais não devem deixar de fazer os serviços para os quais foram designados. “A confusão foi contornada e não houve prisão, mas este caso também vai ser apurado. O entendimento do delegado foi que o escrivão deveria fazer o B.O.”, afirmou Prado.
O Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE) foi procurado, ontem, para comentar as declarações da SSPDS, mas os representantes não atenderam as ligações da reportagem.
Delegacias
No último sábado, o Sinpol-CE informou que diante da fragilidade nas delegacias, os serviços seriam suspensos. “Não tem como os policiais saberem se quem entra na delegacia está lá para registrar um B.O. Ou para colocar em prática ações de alto risco para eles e para a sociedade em geral”, disse a vice-presidente do Sinpol, Ana Paula Cavalcante.
Ela afirmou, ainda, que o atendimento ao público só será regularizado quando todos os xadrezes forem esvaziados. “Tão logo os presos sejam retirados das celas das delegacias, o atendimento será retomado”, declarou.
Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste
