A presença do Exército no Ceará para auxiliar no combate a onda de ataques no Estado foi o principal assunto discutido entre parlamentares cearenses e o Governador Camilo Santana nesta sexta-feira (25) durante encontro no palácio da Abolição, para discutir ações para tentar reduzir a onda de ataques que ocorre no Ceará desde o ultimo dia 02 de janeiro.
Participaram da reunião, o senador Tasso Jereissatti (PSDB), o senador Eduardo Girão (PROS) e o deputado federal, também do PROS, Capitão Wagner.
O encontro foi requisitado pelos políticos, segundo a assessoria do Governador. Entre outros pontos, debatidos está a solicitação de uma missão de Garantia da Lei da Ordem (GLO) ao Governo Federal. Através da GLO, os militares do Exército Brasileiro seriam responsáveis por garantir a segurança de equipamentos federais localizados no Estado, como viadutos, BRs e órgãos federais. Atualmente, oficiais da Polícia Militar (PMs) são os responsáveis pela segurança de bens federais no Ceará.
Diferente da intervenção federal realizada no Rio de Janeiro, a GLO, que só pode vigorar sob autorização da Presidência da República. Ela permite ao Exército assumir poder de polícia para atos específicos.
Em transmissão na internet, o deputado Capitão Wagner defendeu a presença do exército no Ceará e um apoio maior do Governo Federal. “A gente vai atrás do governo Bolsonaro porque o governo precisa e toda ajuda é bem-vinda”, disse o deputado.
Ainda de acordo com o deputado, é preciso mais recursos financeiros e mais agentes para auxiliar o Estado no combate a onda de ataques. Segundo o político, os parlamentares devem tentar uma reunião com o Presidente Jair Bolsonaro para solicitar os recursos.
“O governo federal precisa ajudar mais. O efetivo da força nacional que está aqui são quatrocentos e poucos homens, mas gente precisa de um efetivo maior. Entre as sugestões existe uma que é para a gente brigar para o Exército ocupar as ruas com o policialmente ostensivo”, finalizou.
Já o Senador eleito pelo PROS, Luis Eduardo Girão, avalia que a reunião foi positiva para estabelecer ações que possam por fim a onda de violência. O parlamentar chegou a sugerir algumas medidas para o Governador como a decretação de estado de emergência, além de “toque de recolher” e proibição de venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos estratégicos a partir das 22 horas. Luis Eduardo ressalta como pretende intermediar junto ao Governo Federal o auxilio a segurança do Estado.
“Algumas sugestões que haviam sido feitas pela Secretaria Nacional de Segurança uma parte foi atendida pelo governo do Estado. Algumas que o governo não considera, elas não serão implementadas. Nosso papel em Brasília é ajudar, não só com recursos, mas com mais homens”, afirmou.
Girão destaca ainda o empenho dos parlamentares em Brasília para sanar a crise na segurança do Ceará, apesar de fazerem oposição ao governo estadual. ” A gente percebe de Brasília e também do Estado do Ceará e sua equipe , que eles tem feito esforço grande para manter essa força tarefa. Um entendimento que está deixando de lado divergências políticas. Eu, o senador Tasso Jereissati e Capitão Wagner, ficamos de nos reunir em Brasília junto com o governador, o ministro Sérgio Moro e o secretário nacional de Segurança, Guilherme Teófilo para buscarmos um concesso com as sugestões”, relatou o senador.
Pela internet, Camilo Santana agradeceu aos parlamentares pela presença na reunião e pelo empenho para tentar reduzir a onda de violência no Ceará. Também pela internet, o Senador Tasso Jereissatti afirmou sobre o encontro que os problemas enfrentados pelo Ceará na segurança pública preocupam a todos e é preciso encontrar uma solução para esta crise.
Até o momento, 276 ataques foram registrados no Ceará conforme levantamento do Sistema Jangadeiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, 455 pessoas foram capturadas por envolvimento nos ataques.
Veja o número atualizado de ações de facções criminosas
Desde a noite do último dia 2 de janeiro, facções criminosas comandam uma onda de ataques por todo o Ceará, com ações contra ônibus e vans do transporte público, prédios e equipamentos públicos e privados.
Até as 12h deste sábado (26), o Sistema Jangadeiro contabiliza 276 ataques em 55 dos 184 municípios do estado, sendo 130 em Fortaleza, a cidade que concentra a maior parte das ações criminosas, em 25 dias de terror.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), aumentou para 455 o número de pessoas presas ou apreendidas por participação nos atos criminosos. O balanço corresponde às capturas até as 7h deste sábado (26). O órgão não está informando a contabilização dos números de ataques.
Nordeste Notícia
Fonte: Tribuna do Ceará