Reunião formal em uma sala de conferência com 16 pessoas sentadas ao redor de uma mesa retangular de madeira, entre gestores municipais e representantes da União. Todos estão vestidos formalmente, com ternos, gravatas e roupas sociais. Há documentos, copos de água, xícaras de café, celulares e um teclado sobre a mesa. Ao fundo, há uma parede com painéis de madeira e outra com vidro escuro. A atmosfera é séria e profissional, sugerindo um encontro institucional ou governamental.
Legenda: Uma nova reunião deve ser realizada em breve para dar seguimento ao planejamento. Foto: Reprodução/Famem

Antes mesmo do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, uma articulação interfederativa entre municípios do Nordeste e a União já visava expandir as relações com a China. Na última semana, a convite da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), os prefeitos cearenses de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSB), e do Crato, André Barreto (PT), foram a Brasília tratar de uma viagem de 15 dias ao país asiático, prevista para novembro.

A cooperação paradiplomática, ou seja, que envolve entes menores da federação em tratativas internacionais, busca não só estreitar laços econômicos, mas também atrair capital de conhecimento, com investimentos em ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento de cidades nos dois países.

É o que explica Milton Pomar, consultor de relações institucionais China-Brasil, que participou do encontro e apresentou oportunidades estratégicas de cooperação com o país asiático. As tratativas devem envolver seminários nos municípios com o setor produtivo e viagens de chineses ao Ceará e outros estados nordestinos.

“(A gente busca) identificar as potencialidades de cada município em turismo, artesanato, indústria, produtos agropecuários, mineração, energia, que possam interessar empresas da China, e vice-versa. A partir dessas informações, a gente tenta identificar cidades que tenham complementaridade na China e que possam realmente contribuir para uma cooperação”, explicou Milton.

Cirilo Pimenta, de Quixeramobim, já pretendia cruzar o mundo em outubro para tratar de negócios, mas a articulação da SRI o motivou a estabelecer contato com os asiáticos de maneira integrada a outros entes municipais.

O objetivo, segundo ele, é estreitar relações comerciais sobre itens basilares da economia desses entes – como gêneros alimentícios derivados de ovinos e caprinos – e intensificar a presença chinesa no Ceará para a exploração de minérios como o lítio, essencial para as indústrias de eletrônicos e de automóveis.

“Hoje já tem um bocado de chinês na região. A gente tem lítio, granito, calcário, pedras semipreciosas. A região toda tem”, disse ao PontoPoder.

Quixeramobim fica no Sertão Central do Ceará, que abriga, ainda, cidades como Quixadá e Solonópole, apontadas como grandes reservas do mineral estratégico. “A Prefeitura tem disponibilizado geólogos para fazer pesquisas para saber a concentração de minérios nessa região”, complementa Cirilo Pimenta.

 

O Cariri também foi representado na reunião por André Barreto, prefeito do Crato. “O Governo Lula assinou vários acordos com os chineses, e eles estão querendo fazer com que essas oportunidades cheguem aos municípios porque normalmente (as negociações) ficam entre o Governo Federal e Estadual”, comentou.

O prefeito de Itapipoca, Felipe Pinheiro (PT), também foi convidado, mas não pôde ir. Quem o substituiu foi o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Ellison Madeira. Ele reforçou os objetivos da articulação. “O nosso município vai preparar um portfólio institucional, definindo setores e oportunidades e articulando com os parceiros e atores econômicos locais”, explicou.

 

 

Diário do Nordeste

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