/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/7/g/kmHApIQGA5YFAbjaGpug/o-caso-ocorreu-em-uma-escola-da-cidade-de-fortim-interior-do-ceara..png)
A mãe de um estudante de 14 anos de uma escola da cidade de Fortim, interior do Ceará, denuncia que uma professora obrigou o seu filho a tomar uma colher e meia de molho de pimenta como forma de “punição”. A docente foi desligada do cargo após apuração da Secretaria de Educação da cidade.
A situação ocorreu no dia 24 de março deste ano na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio de Tempo Integral Comunitária da Barra. O aluno está recebendo apoio emocional e suporte institucional. A defesa da professora disse que ela vai prestar esclarecimentos às autoridades. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil.
De acordo com a mãe da vítima, o menino relatou que recebeu a “punição” porque havia jogado uma bolinha de papel para um amigo, mas o outro aluno não conseguiu pegar o objeto.
“A bolinha caiu no chão e na hora uma colega viu e falou para a professora. Como tinha regras de convivência e quem descumprisse era punido, essa colega falou para ele (a vítima) lamber o chão. Só que a professora não aceitou e mandou ele escolher entre a pimenta e o alho. Ele escolheu a pimenta pois não imaginava que ela iria dar uma colher de sopa. Antes, ele tentou explicar para ela que o papel caiu sem querer, só que ela não quis escutar”, diz a mãe do adolescente.
As regras de convivência citadas pela mãe dizem respeito a um conjunto de práticas desenvolvidas dentro de uma disciplina para manter uma melhor convivência entre os professores e alunos. De acordo com a escola, essa é uma prática comum e orientada pela proposta pedagógica da instituição, desde que não haja punições como a aplicada pela professora.
“Contudo, foi constatado que, na elaboração desses contratos, a docente sugeriu punições inadequadas e coercitivas como forma de correção de comportamentos, o que vai contra os princípios legais e pedagógicos que norteiam a prática educativa, em especial o que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente, que garante a proteção integral, a dignidade e o respeito à criança e ao adolescente.”, disse a EEFTI Comunitária da Barra por meio de nota.
De acordo com a mãe do menino, que preferiu não se identificar, os estudantes não relatavam as punições por medo. A defesa da docente negou os fatos.
No dia do ocorrido, o aluno chegou em casa após a aula “assustado e com os olhos vermelhos”. Conforme o relato, após tomar a primeira colher, ele disse um palavrão e, novamente, uma colega de sala sugeriu que a vítima ingerisse mais molho por causa do xingamento.
“A professora mais uma vez pega o molho de pimenta da bolsa dela e coloca meia colher de sopa de molho de pimenta para ele tomar. Nesse momento, ele começou a passar mal, pediu para ir ao banheiro porque estava com vontade de vomitar”.
“Nesse dia, ele chegou tarde. Eu já estava angustiada porque iria acontecer um evento e eu levaria ele. As horas foram passando e nada dele chegar. Quando ele chega, já assustado e com os olhos vermelhos, ele não espera nem eu perguntar o motivo da demora e vai dizendo que a professora tinha feito ele beber uma colher e meia de molho de pimenta”, relatou a mãe ao g1.
Assim que recebeu o relato do adolescente, ela acionou a direção da escola. O menino teve febre e náuseas após ingerir o molho, relatou a familiar.
g1