Reservatório Forquilha, na cidade com o mesmo nome, com o volume vertendo
Legenda: O açude Forquilha, localizado na cidade com o mesmo nome, é um dos 32 reservatórios que estão sangrando no Ceará Foto: Davi Rocha

O Ceará contabilizou 32 açudes sangrando na última segunda-feira (17) e atingiu 48,5% da capacidade de todos os reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) no Estado. Outras 18 barragens estão com mais de 90% do total que comportam — incluindo Patos Santo Antônio de Aracatiaçu, ambos estão localizados no município de Sobral. Eles já chegaram a sangrar em 2025 e atualmente continuam volume próximo ao máximo suportado.

Ao todo, 26 municípios cearenses têm pelo menos um açude sangrando. Maranguape é a cidade com o maior número deles, com águas transbordando nos reservatórios Maranguapinho, Amanary e Itapebussu. Já em CaucaiaForquilhaItapipoca Sobral, dois açudes atingiram a capacidade máxima e estão vertendo.

A cidade que concentra o maior número de açudes monitorados pela Cogerh é Sobral, com seis reservatórios, todos com um aporte de pelo menos 75% da capacidade.

 

Outros seis açudes estão caracterizados como “volume morto”, uma vez que não dispõem de tomada de água e estão com menos de 5% da capacidade preenchida.

CHUVAS NO CEARÁ EM 2025

De acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), atualizados às 18h33 da segunda-feira (17), o Ceará teve um acumulado de 452,4 mm de chuva nos três primeiros meses do ano, um volume que está em torno da média esperada para o período. Porém, as precipitações não foram distribuídas de maneira uniforme nas diferentes áreas do Estado

As precipitações foram acima da normal climatológica no Litoral de Fortaleza (58,9%), no Maciço de Baturité (32,1%) e no Litoral do Pecém (28,4%), enquanto as demais macrorregiões ficaram em torno da média.

Em fevereiro, o Litoral de Fortaleza teve um acumulado de 318,2 mm — 129,3% a mais do que os 138,8 mm esperados para o mês. Por outro lado, o Cariri registrou 76,9 mm de chuvas, 51,3% a menos do que a normal para o mês, de 157,9 mm.

Em janeiro, por outro lado, choveu acima do esperado para o mês em todas as macrorregiões, com destaque para o Litoral Norte.

Em 2025, inclusive, o Ceará teve o mês de janeiro mais chuvoso dos últimos 14 anos. Historicamente, o período tem média histórica de 99,8 mm, e neste ano o total acumulado foi de 191,1 mm — 91,5% a mais. Naquele mês, conforme o Diário do Nordeste noticiou, houve registros de recorde de chuva em duas décadas na cidade de Pacujá e de deslizamentos de terra, alagamentos e queda de energia.

A última vez em que choveu tanto no mês foi em 2011, com acumulado de 212,3 mm de chuva, quando diversos eventos extremos foram registrados em todo o Estado, incluindo inundações e alagamentos no interior. À época, eles foram creditados à ocorrência de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), principal sistema que atua na pré-estação chuvosa.

 

 

 

 

Diário do Nordeste

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