No lugar das telas, o forró tem sido o protagonista dos intervalos entre as aulas da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Cônego Luiz Braga Rocha, localizada na cidade de Ibaretama, interior do Ceará.
Desde que a lei nº 15.100/2025 proibiu o uso de celulares durante as aulas, recreios, intervalos e atividades extracurriculares, a escola, família e estudantes se adaptam a uma “nova era”.
Na escola Cônego Luiz, medidas pedagógicas como a música, teatro, dança, entre outros, são estratégias para entreter os alunos nos intervalos. E a ideia partiu dos próprios alunos, que a escola acolheu com o objetivo de deixar o dia letivo “menos rígido”, como explica o professor de Biologia há 12 anos da escola, Georgeliano Ferreira:
“A nossa escola é de tempo integral, então é uma escola em que eles passam nove aulas por dia. Chegam no comecinho da manhã e saem no final da tarde. Se fosse aquela coisa mais rígida, seria cansativo, tanto para eles quanto para a gente. E aí a gente pensa sempre em atividades que possam dinamizar um pouco mais o ambiente da escola. O momento do vídeo se passa na hora do almoço, um horário que eles passaram a socializar mais com a proibição do uso celular”.

“A gente já percebe que nos intervalos eles estão conversando, brincando e até dançando. Em sala de aula, a gente está percebendo uma maior atenção deles. Eles não perdem o foco, estão participando mais, estão realizando as atividades. Antes a gente tinha um certo bloqueio: a aula fluía bem no começo, porém quando começava a ficar cansativo, eles partiam para o celular. (Certo dia), quando passei no pátio na hora do intervalo tinha dez alunos em uma mesa conversando, coisa que a gente não via”, disse Georgeliano.
A caixa de som é livre para que os alunos coloquem a música que preferirem. Além da dança, a escola propõe também jogos de cartas ou tabuleiro e até karaokê. A escola Cônego Luiz Braga Rocha recebe neste ano cerca de 500 alunos, entre 1°, 2° e 3° ano. A maioria é da zona rural da cidade.
A diretora da instituição, Maria do Ceo Alves, celebra a iniciativa dos alunos e reforça o papel da escola como impulsionadora do protagonismo dos estudantes: