A inflação do país acelerou de 0,44% em setembro para 0,56% em outubro, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. O resultado foi puxado pelo aumento da conta de luz e dos alimentos. Só as carnes subiram 5,81% no mês, maior alta em quatro anos.
- Com o resultado, o IPCA acumulado em 12 meses atingiu 4,76% – acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. O centro da meta para inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos
- A alta do dólar influencia no aumento da inflação. Este ano, a moeda americana já subiu xxxx%
- Nesta sexta-feira, o dólar opera em alta novamente e chegou a alcançar R$ 5,77, à espera do anúncio de medidas fiscais pelo governo.
- Mesmo com estimativa de safra recorde, a previsão do mercado é que os alimentos tenham forte alta em 2025, por causa do câmbio e por descompasso entre oferta e demanda no campo.
Bandeira vermelha na conta de luz
Dos nove grupos investigados pela pesquisa, oito registraram alta em outubro. O desempenho mais expressivo foi observado em Habitação, com elevação de 1,49%, puxado pelo aumento nos preços da energia elétrica. A conta de luz ficou, em média, 4,74% mais cara no mês.
André Almeida, gerente da pesquisa, destaca que isso ocorreu devido à incidência da bandeira vermelha patamar 2, a mais alta entre as tarifas.
Essa pressão deve diminuir em novembro, pois a bandeira em vigor agora é a amarela, por determinação da Aneel, a agência que regula o setor de energia elétrica. Há chance de o cor mudar para verde em dezembro, com a maior quantidade de chuvas.
— Vamos deixar de ter uma cobrança adicional de R$ 7,87 (à conta de luz) a cada 100 kwh consumidos para aproximadamente R$ 1,18 a cada 100 kwh consumidos. É claro que há outros componentes que fazem parte da conta de energia elétrica, mas quando a gente olha para a bandeira tarifária, para novembro, é um fator de alívio — analisa Almeida.
Alimentação fora de casa
Já o grupo Alimentação e bebidas subiu 1,06% em outubro, motivado pelo avanço dos preços na alimentação em casa – que passou de uma alta de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.
Só as carnes subiram 5,81% em outubro, em relação ao mês anterior. Foi a maior variação mensal desde novembro de 2020, quando avançou 6,5%, segundo o IBGE. Os destaques foram os cortes de acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%)
Almeida explica que, desde o final do ano passado, houve um volume elevado de abates, o que, conforme o ciclo natural da pecuária, resulta em uma redução na oferta de carne.
— Isso se conjugou com três fatores: uma estiagem bem forte e consequentes queimadas, em um período em que o índice de chuvas é mais alto; temperaturas mais elevadas, que forçaram o gado a ser confinado; e um aumento nas exportações em comparação ao ano passado, o que reduz a oferta da carne no mercado interno — acrescenta.
A alimentação fora de casa, por sua vez, subiu 0,65% em outubro – variação superior à de setembro (0,34%). A refeição ficou 0,53% mais cara, enquanto o lanche subiu 0,88%.
com informações de O Globo