O policial penal preso nesta quinta-feira (31) por suspeita de facilitar a entrada de celulares para detentos de um presídio em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, é ex-diretor de ao menos três unidades prisionais na mesma região.
A captura do agente José Ramony Emanoel foi resultado de uma investigação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), que apura a conduta do policial suspeito de liderar um esquema voltado para a introdução de aparelhos celulares em unidades prisionais.
Além do mandado de prisão temporária, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor. Na ocasião, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, dinheiro em espécie e um carro de luxo de propriedade do investigado.
“A Controladoria também determinou a instauração de processo disciplinar para devida apuração do fato na seara administrativa”, disse a CGD.
O advogado do policial penal, Walmir Medeiros, afirma que “não há nenhum indício” de que José Ramony tenha cometido o crime do qual é suspeito e que ele já havia combatido a entrada de celulares nos presídios.
“Por enquanto, não há provas contra ele, além de depoimentos de presos, presos dizendo que foi ele que colocou aqui. Muitas vezes se faz isso para culpar alguém, exatamente alguém que estava sendo contra, alguém que estava prejudicando”, diz a defesa.
Trajetória na direção de presídios
O policial foi admitido na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) em agosto de 2021. Conforme o portal Ceará Transparente, atualmente o salário bruto dele é de R$ 14.422,94 e o líquido de R$ 11.016,13.
Dias antes de ser preso, o agente estava como diretor da Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima (UP-Itaitinga1), mas foi exonerado do cargo no dia 17 de outubro. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (30).
O suspeito também foi diretor da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2). Em 2023, ele atuou como chefe de equipe da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará (UP-Máxima), em Aquiraz, que abriga presos de alta periculosidade ou que correm alto risco.
Em nota, a SAP informou que “apoia de forma integral e transparente o trabalho da Controladoria”. “Por fim, a SAP reafirma o seu compromisso ininterrupto de combate ao crime organizado”, disse a pasta onde o agente era lotado.
g1