A Universidade Santo Amaro (Unisa) decidiu, nessa segunda-feira (18), expulsar os alunos de Medicina flagrados pelados e simulando masturbação ao assistirem a um jogo de vôlei feminino, realizado durante um campeonato universitário. O caso foi em abril deste ano, na cidade de São Carlos (SP). A instituição disse que a punição foi aplicada aos indivíduos “identificados até o momento”, mas não detalhou quantos estudantes foram desligados.
A sanção, como explicou a própria entidade em nota divulgada nas redes sociais, é a mais severa prevista no regimento.
No comunicado, ela ainda classificou os atos dos envolvidos como “execráveis” e disse ter levado o caso às autoridades públicas. Na ocasião, a faculdade destacou estar “contribuindo prontamente com as demais investigações e providência cabíveis”.
Apesar de o episódio ter ocorrido em abril deste ano, os vídeos do momento só ganharam repercussão nas redes sociais no domingo (17).
Nessa segunda, o ministro da Educação, Camilo Santana, informou que a Pasta, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), determinou que a Unisa fosse notificada para apurar quais as providências tomadas pela instituição em relação ao episódio, “sob pena de abertura de procedimento de supervisão e adoção de medidas disciplinares”.
Repudio veementemente o ocorrido. É inadmissível que futuros médicos ajam com tamanho desrespeito às mulheres e à civilidade.”
CAMILO SANTANAMinistro da Educação
Determinei que o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), notificasse a Universidade de Santo Amaro (Unisa) para apurar quais as providências tomadas pela instituição em relação ao episódio que envolveu estudantes +
— Camilo Santana (@CamiloSantanaCE) September 18, 2023
SUPOSTA ‘MASTURBAÇÃO COLETIVA’
Os estudantes de Medicina envolvidos no caso integrariam o time de futsal da faculdade e estavam na arquibancada, acompanhando uma partida de vôlei feminino durante o Calo 2023, em abril, segundo informações do portal G1. No episódio, eles abaixaram as calças e expuseram as partes íntima, enquanto o time da Unisa jogava contra a Universidade São Camilo. Nas imagens, eles aparecem encostando nos próprios órgãos genitais.
Em nota, a Universidade São Camilo confirmou que o caso aconteceu durante um campeonato.
Nessa segunda-feira, a atlética de Medicina da Unisa divulgou um comunicado sobre o ocorrido, limitando-se a informar que as gravações “não são contemporâneas” e que não representam “princípios e valores” da organização desportiva universitária.
POLÍCIA CIVIL INVESTIGA O CASO
A Polícia Civil de São Paulo (PCSP) abriu investigação para identificar a prática de atos obscenos pelos alunos da Unisa.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos após as imagens terem circulado nas redes sociais.
“Segundo informações colhidas até o momento, os estudantes do time de futsal masculino de uma universidade invadiram a quadra e passaram a desfilar nus logo após o time para o qual torciam vencer uma partida de vôlei feminino contra outra instituição. Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver o grupo mostrar as genitálias e, na sequência, fazer atos obscenos voltados para a quadra”, diz a nota enviada pela secretaria.
A Polícia Civil vai enviar requisições às universidades envolvidas no episódio e também à Secretaria Municipal de Esportes de São Carlos. Segundo a Secretaria de Segurança, serão feitas diligências para identificar e responsabilizar os alunos.
Nesta segunda-feira (18), o Ministério das Mulheres repudiou o ato dos alunos e cobrou a responsabilização dos envolvidos. “Atitudes como a dos alunos de medicina da Unisa jamais podem ser normalizadas – elas devem ser combatidas com o rigor da lei”, escreveu o ministério nas redes sociais.
DN