Um mês após ser hospitalizado durante operação do Ministério Público do Ceará (MPCE) que apura lavagem de dinheiro em contratos irregulares de Pacatuba, o prefeito afastado da cidade, Carlomano Marques (MDB), passou a fazer o tratamento de saúde em casa. O gestor foi um dos alvos de mandados de prisão deflagrados na operação.
No dia 18 de abril, no entanto, Carlomano passou mal ao ser informado de sua prisão. Por conta disso, ele foi internado em um hospital particular sob escolta policial. No dia 27 de abril, o prazo da prisão temporária venceu, e a escolta policial foi retirada da unidade de saúde.
Segundo fontes próximas ao gestor, ele passou duas semanas internado em um leito de UTI, depois foi transferido para um quarto e, logo em seguida, foi liberado para continuar o tratamento de saúde em casa, com uma série de restrições.
À época da internação, a defesa de Carlomano informou que o gestor tem “comorbidades sensíveis” que repercutiram em seu quadro clínico, como hipertensão, sequelas de AVC, insuficiência cardíaca grave e miocardiopatia isquêmica.
RELEMBRE O CASO
No dia 18 de abril, o Poder Judiciário do Ceará autorizou o cumprimento de 23 mandados de prisão contra gestores e pessoas ligadas à administração de Pacatuba, no âmbito da operação Polímata, deflagrada pelo MPCE para investigar irregularidades em contratos de R$ 19 milhões, celebrados sem exigência de licitação, em suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Além de Carlomano, foram cumpridos mandados de prisão contra metade do secretariado da cidade. O prefeito, no entanto, não foi preso porque foi hospitalizado. Na ocasião, a Justiça também determinou afastamento dos gestores do cargo por 180 dias, atendendo a pedido do MPCE.
Por isso, o prefeito e nenhum dos outros funcionários afastados podem ser restituídos nos respectivos cargos no período – exceto se houver uma nova decisão judicial. Com o afastamento de Carlomano, o vice-prefeito, Rafael Marques (MDB), assumiu interinamente o comando da de Pacatuba desde o dia 19 de abril.
O Ministério Público informou que o órgão ainda está analisando a documentação e os equipamentos apreendidos na operação, reforçando que a investigação segue em segredo de Justiça.
DN