Professores da rede municipal de ensino de Fortaleza decidiram manter a paralisação da categoria a partir desta sexta-feira (3). A decisão foi aprovada em assembleia-geral realizada na manhã desta quinta-feira (2), na Escola de Tempo Integral Filgueiras Lima.
Os educadores permanecerão de braços cruzados pelo menos até quarta-feira (8), quando está prevista nova audiência com o prefeito José Sarto (PDT).
A decisão acontece após a última proposta da Prefeitura ser rejeitada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), na terça-feira (31), por não contemplar o reajuste salarial de 14,95% em relação a 2022, como determina a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008). O proposto pelo prefeito foi um aumento de 0,81%.
A categoria, que está paralisada desde a última sexta-feira (27), também reivindica respeito ao Plano de Cargos e Carreiras do Magistério. A pauta de reivindicações ainda inclui reajuste não implantado em 2017, carteira assinada para professores substitutos, revogação da alíquota previdenciária de 14% aplicada a aposentados, e revisão da reforma da previdência de Fortaleza.
No Ceará, 82 cidades já reajustaram os salários de seus educadores em pelo menos 14,95%, de acordo com levantamento da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce).
Segundo o Sindiute, uma caminhada foi marcada para esta sexta-feira (3), a partir das 8 horas da manhã, com concentração na Praça da Imprensa, no Dionísio Torres. A passeata passará pela sede da Secretaria da Educação e será encerrada na Coordenadoria de Gestão de Pessoas (COGEP/SME).
SARTO DIZ QUE NÃO PODE COMPROMETER ORÇAMENTO
Em entrevista coletiva na Câmara Municipal, na quarta-feira (1º), Sarto defendeu a proposta de igualar os salários dos professores ao piso apontado pelo Ministério da Educação, de cerca de R$ 4.420,55.
O prefeito disse que garantiria o piso, mas que não poderia “comprometer o orçamento da Prefeitura”. “Nenhum professor de Fortaleza, de nível médio, vai receber menos do que foi estabelecido pelo Ministério da Educação, que é de R$ 4.420,55. O piso está garantido”, declarou.
Os profissionais alegam, no entanto, que não estarão recebendo o piso nacional do magistério com o reajuste proposto pela Prefeitura. “Nós queremos o que diz a lei nacional, que nesse ano é o reajuste de 14,95%. E esse piso tem que ser aplicado no nível 1 do médio e não do graduado. Quando ele [prefeito] diz que está devendo 0,81% para chegar ao piso, ele está mentindo”, disse o diretor do Sindiute, Welington Monteiro, na ocasião.