A Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira (14), onze mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga suposto esquema criminoso envolvendo licitação com indícios de fraude e desvios de recursos públicos federais na contratação de médicos e enfermeiros em Redenção, na Grande Fortaleza.
Segundo a polícia, as investigações tiveram início no ano de 2020, onde foi descoberto, que houve contrato de R$ 1.550.592, dinheiro dos cofres da União com Cooperativa “aparentemente sem capacidade logística e operacional” em Redenção, por meio de dispensa de licitação.
Pesquisas revelaram que a empresa investigada recebeu dos cofres públicos valores vultuosos na casa de R$ 58 milhões, grande parte de origem federal, por meio de contratos firmados com diversas prefeituras do Ceará.
A prefeitura de Redenção afirmou ao g1 que através de nota que órgãos de controle interno e de assessoria jurídica, acompanhou o cumprimento das investigações realizadas pela Polícia Federal, na Secretaria Municipal de Saúde, a fim de averiguar uma suposta irregularidade em licitação com uma cooperativa para contratação de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais da saúde no município.
A atual gestão afirmou ainda que colabora com a operação e a Secretaria de Saúde colocou à disposição da investigação todos os documentos solicitados. Vale ressaltar que o contrato investigado junto a Cooperativa foi feito durante o auge da pandemia da Covid-19, em 2020, onde se dispensava licitação devido à gravidade do momento.
A prefeitura reforça que administração municipal nunca foi chamada para prestar esclarecimentos do caso. No entanto, continuará colaborando com as investigações e está serena quanto a todas as medidas que foram tomadas em relação ao caso investigado.
Apreensão de documentos e mídias
As buscas tentam apreender documentos e mídias para instrução de Inquérito Policial, individualização da atuação dos suspeitos nos crimes investigados e levantamento da destinação dos recursos públicos repassados pela União ao Município de Redenção, apurando-se eventuais desvios ou apropriação praticados por integrantes da Secretaria de Saúde e comissão de licitação.
Os mandados foram expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, em Fortaleza e Redenção e Eusébio. Os investigados poderão responder pelo cometimento, em tese, dos crimes de corrupção ativa e passiva com penas de até 36 anos de prisão. As investigações continuam, com análise do material apreendido.